As fortes chuvas que caíram em Florianópolis no final de janeiro contaminaram a praia de Canasvieiras, na região norte da cidade, de acordo com relatório elaborado pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (FATMA), órgão vinculado ao governo do Estado.
Um dos mais procurados balneários de Florianópolis, Canavieiras é um bairro frequentado principalmente por turistas argentinos e chilenos na alta temporada. O levantamento da FATMA realizado logo após as chuvas dos dias 22 e 23 mostrou que os seis pontos analisados na orla contam com presença de coliformes fecais em níveis superiores aos adequados.
O fato é considerado normal após a ocorrência de chuvas e fortes enxurradas, que elevam níveis de rios e causam problemas em praias. Em Canasvieiras, o rio do Braz acabou vertendo para locais próximos ao balneário.
Tal rio apresenta "valores significativos de contaminação fecal", de acordo com o técnico da FATMA responsável pelo relatório, Marlon Daniel da Silva. "A incidência pluviométrica contribui potencializando a impropriedade dos pontos monitorado", afirma "A água permeia o bairro e recebe direta e indiretamente contribuições de esgoto".
O rompimento da barra do rio causou os problemas de contaminação apresentados no relatório. A situação tende a se normalizar, segundo o técnico, sendo que dos seis pontos analisados na semana passada, quatro já apresentaram melhoras significativas.
Algumas das placas colocadas pela FATMA apontada que a região estava "imprópria" para banhistas desapareceram da praia de Canasvieiras. O "vandalismo", de acordo com o órgão estadual, teria sido praticado por pessoas que não aceitariam as análises.
"Infelizmente as placas dos pontos 60 e 55 não foram encontradas, provavelmente subtraídas por descontentes com o monitoramento e a placa do ponto 59 estava submersa, no grande volume de água do rio que deságua naquele local", disse Silva.
A FATMA faz monitoramentos semanais sobre a situação das praias catarinenses. A recomendação da Fundação aos banhistas é que mantenham "cautela" após chuvas mais fortes. "Sempre que chove recomendamos cautela no uso dos balneários, principalmente onde existe o desague de rios, valas e tubulões", completa Marlon.
(Por Fabrício Escandiuzzi, Terra, 03/02/2011)