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extinção de espécies mortandade de abelhas
2011-02-03 | Tatianaf

A atividade dos insetos polinizadores movimentou 40 bilhões de dólares na produção agrícola mundial de 2010. Ameaçada pela grave diminuição das abelhas, a previsão para este ano é que haverá uma significativa alça dos preços das frutas e legumes, segundo o Instituto Francês de Pesquisas Agrícolas (INRA). 35% da produção mundial de alimentos dependem dos insetos polinizadores, principalmente frutas, legumes e oleaginosas, e em menor medida, o café, o cacau e os condimentos. Em compensação, os cereais, que representam 60% da produção agrícola mundial, no dependem deles. Existem dúvidas sobre a dependência da polinização em 5% das culturas. Nesse contexto, “o declínio dos insetos polinizadores é uma preocupação maior em razão de que o equilíbrio alimentar mundial será profundamente modificado no caso da total desaparição dos polinizadores”, afirmou o INRA num relatório. As causas da diminuição da quantidade e variedade de abelhas nos últimos anos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, ainda são pouco conhecidas, mas uma explicação plausível é a maciça utilização de pesticidas na agricultura, a expansão das monoculturas e o aparecimento de doenças patogênicas parasitárias.

Bilhões de abelhas estão morrendo silenciosamente colocando em perigo toda a cadeia alimentar. As abelhas não fazem apenas mel, elas são uma força de trabalho gigantesca e humilde ao polinizar 90% das plantas que conhecemos. Vários estudos científicos mencionam o efeito dos agrotóxicos que contribuem para o extermínio das abelhas. Em quatro países europeus que baniram este produto, algumas populações de abelhas já estão se recuperando. Mas, poderosas empresas químicas fazem um pesado lobby para continuar vendendo esses venenos. A única maneira de salvar as abelhas é pressionar os EUA e a União Europeia para eles aderirem à proibição destes produtos letais; esta ação é fundamental e terá um efeito dominó no resto do mundo.

Não temos tempo a perder, o debate sobre o que fazer aumenta a cada dia. Não se trata apenas de salvar as abelhas, mas de uma questão de sobrevivência. A cada ano elas polinizam mais de um terço da produção de alimentos em muitos países. Sem ações imediatas para salvar as abelhas, muitas das frutas, legumes e óleos poderão desaparecer das prateleiras.

O acentuado declínio é preocupante. Nos últimos anos foi constatado em nível global, que algumas espécies de abelhas já estão extintas. Recentemente, nos EUA, algumas populações, chegaram a 4% da sua população normal. Cientistas estão lutando para obter respostas. Alguns estudos afirmam que o declínio ser deve a uma combinação de fatores, incluindo doenças, perda de hábitat e utilização de produtos químicos tóxicos. Mas, cada vez mais, novos estudos independentes produzem fortes evidências de que os culpados são os agrotóxicos neonicotinóides. A França, Itália, Eslovênia e até a Alemanha, sede da Bayer, o maior produtor do agrotóxico, baniram alguns destes produtos que matam as abelhas. Porém, enquanto isso, a Bayer continua a exportar o seu veneno para o mundo inteiro.

Este debate aumenta à medida que novos estudos confirmam a dimensão do problema. “Se conseguirmos que os governantes europeus e dos EUA assumam medidas, outros países seguirão o exemplo; não será fácil”, diz um ativista da ONG Avaaz. Um documento confidencial que vazou para a imprensa revela que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), durante o Governo Bush, já sabia sobre os perigos do agrotóxico, mas os ignorou. O documento diz que o produto da Bayer é “altamente tóxico” e representa um “grande risco para os insetos não-alvo (abelhas)”.

Diversas ONGs e instituições científicas estão combatendo a influência da Bayer sobre governantes e cientistas, tanto nos EUA quanto na UE, onde eles financiam pesquisas e participam de Conselhos de Políticas Agrícolas. Os reais peritos - apicultores e agricultores - querem que estes letais agrotóxicos sejam proibidos, a não ser que haja sólidas evidências comprovando que eles são seguros. Não se pode deixar que a delicada cadeia alimentar fique em mãos de autores de pesquisas patrocinadas por empresas químicas e nas dos legisladores que eles pagam. Proibir este agrotóxico é um caminho necessário para um mundo mais seguro tanto para os seres humanos quanto para as outras espécies.

(Por Alex Wilks, Envolverde, Eco 21,  02/02/2011)


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