No último sábado (29/01) foi iniciada na Malásia uma pesquisa intitulada “Estabilidade de ecossistemas de florestas alteradas”, que tem por objetivo registrar as mudanças na biodiversidade, nos recursos e nos processos de um ecossistema cuja flora nativa será substituída por uma floresta de dendezeiro, uma espécie de palmeira.
O estudo, desenvolvido pelo Imperial College London, está sendo financiado pela Sime Darby, empresa malásia envolvida na produção de azeite de dendê.
Nos sete mil hectares das florestas de Maliau Basin e da ilha de Bornéu que serão transformados em plantação de dendezeiro – para aumentar a renda do governo local – os pesquisadores pretendem observar quais espécies animais sobrevivem, à medida que o nível de desmatamento for se intensificando.
Os estudiosos também buscarão descobrir qual deve ser a largura da zona justafluvial – área entre as zonas de cultivo e os rios – para que a água dos canais fluviais não seja poluída por fertilizantes e pela erosão do solo.
A principal meta do projeto, portanto, é desenvolver normas para o planejamento, administração e controle das plantações de dendezeiro, a fim de minimizar os impactos ao meio ambiente.
De acordo com Rob Ewers, ecologista e diretor do estudo, estão sendo analisadas uma grande variedade de questões ambientais. Segundo ele, as informações serão utilizadas para balancear a renda da agricultura com a biodiversidade local. “Sempre há perdas e ganhos. Mas como nós podemos planejar um cenário para maximizar lucros e minimizar custos ambientais?” questiona Ewers.
Apesar de o desflorestamento iniciar na segunda metade do ano, os pesquisadores já começaram a observar alguns pássaros, e começarão a fazer o mesmo com insetos em fevereiro.
Segundo Tim Killeen, ecologista do grupo ambiental Conservação Internacional, o projeto é importante porque no passado, esforços para a conservação ambiental focavam-se em criar e proteger áreas.
“Agora nós estamos estendendo esta visão para além dos sistemas naturais, equilibrando também cenários funcionais para que não apenas produzam comida, por exemplo, mas também supram o ecossistema”, diz Killeen.
(Por Jéssica Lipisnki, CarbonoBrasil, Envolverde, 31/01/2011)