A procura por construções ecologicamente corretas e auto-sustentáveis saiu da retórica e já faz parte da realidade de muitas empresas brasileiras. Agências bancárias (Banco Real), empresas (Morgan Stanley, Brasken, McDonald´s) e prédios de escritórios (Eldorado Business Tower, WTorres Nações Unidas, Ventura Tower no Rio, Rochaverá Tower, Torre Santander), prédios de saúde (Delboni Auriema em Santana, Fleury no Rochaverá, Hospital Albert Einstein, Pavilhão Vick e Joseph Safra no Morumbi), supermercados (Pão de Açucar Indaiatuba) são alguns exemplos de corporações que optaram por alternativas como reuso da água, novas tecnologias de aquecimento e geração de energia, tratamento de lixo ou utilização de materiais ecologicamente corretos em suas construções.
Essas empresas foram pioneiras no Brasil a ter empreendimentos admitidos para a certificação “Green Building”, em conformidade com os requisitos de sustentabilidade certificados com o LEED (Leadership in Energy Environmental), selo internacional concedido pela organização não-governamental Green Building Council Brasil, braço do GBC presente em quase 100 países. A organização sem fins lucrativos terminou 2010 com um balanço de 23 certificados emitidos, que coloca o Brasil no 5º lugar no ranking mundial da construção sustentável, atrás dos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Canadá e China. Em 2009, o País era o 6º colocado.
Além dos empreendimentos que já ganharam o selo verde, outros 211 terminaram 2010 em processo de certificação, entre eles estádios de futebol, shopping centers, bairros, escolas, etc. Para 2011, a expectativa é que 35 empreendimentos estejam certificados e outros 300 estejam em processo de certificação no Brasil.
A maior conscientização das corporações brasileiras em torno de temas sócio-ambientais está em consonância com o que acontece no exterior. De 1986 a 2006, apenas 500 empreendimentos eram considerados ecologicamente corretos em todo o mundo. Em 2010, eram mais de 100 mil edifícios comerciais e quase um milhão de residências. O setor imobiliário é responsável pelo consumo de 21% da água tratada, 41% da energia elétrica gerada, gera 65% do lixo e 25% do CO2 equivalente e é o maior consumidor de recursos naturais, daí a importância pela conscientização da necessidade de se difundir os edifícios verdes.
Os ganhos com um empreendimento certificado são diversos. O consumo de energia, em média, é 30% menor, ao passo que o consumo de água sofre redução de 30% a 50%. Outros ganhos incluem redução da emissão de CO2 em 35% e redução de 50 a 90% na geração de resíduos, incluindo materiais recicláveis. Ainda que o custo da obra seja em média 5% maior do que uma obra convencional, há valorização de 10% a 20% no preço de revenda.
Além dos empreendimentos citados, diversos estádios estão em processo de certificação visando a Copa de 2014. (Estádio Nacional de Brasília, Complexo Esportivo do Amazonas, Estádio do Mineirão/BH, Arena Multiuso de Cuiabá, Arena Salvador e Arena do Grêmio Porto Alegre. Este último, a princípio, não será sede da Copa, porém estará pronto em 2014 e atenderá a todas as exigências Fifa).
(Envolverde, 28/01/2011)