Lixo e luxo. Mais uma vez o famoso trocadilho ganha destaque na imprensa internacional com a indicação da Academia de Artes e Ciências de Hollywood ao Oscar de melhor documentário para o filme Lixo Extraordinário.
O filme, dirigido pela britânica Lucy Walker e pelos brasileiros João Jardim e Karen Harley, foi rodado ao longo de três anos e acompanha o famoso artista plástico brasileiro Vik Muniz em sua viagem do bairro nova-iorquino do Brooklyn (EUA), onde vive, até o Jardim Gramacho (Rio de Janeiro), onde fica maior aterro sanitário da América Latina.
Muniz começou a fotografar grupo de catadores do Jardim Gramacho. O objetivo inicial era pintar retratos dessas pessoas com lixo, mas o trabalho, mais do que isso, revelou a dignidade e a desesperança desse povo. “O que eu espero com o Oscar é que as pessoas comecem a olhar o catador, que é um pouco como o lixo: ele tende à invisibilidade”, provoca o artista. “Essa história se fecharia com chave de ouro: uma pessoa que sai de Jardim Gramacho e recebe um prêmio na frente de um bilhão de pessoas”, completa ele, referindo-se ao Oscar.
Lixo Extraordinário já foi premiado pelo júri popular como melhor filme no Festival de Cinema de Berlim. O documentário também levou uma estatueta no festival pela organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional (AI).
O filme já está em exibição nos cinemas. Para assistir o trailler do documentário acesse http://www.wastelandmovie.com/
(Por Leticia Freire, Mercado Ético, Envolverde, 27/01/2011)