A organização ambientalista Greenpeace revelou hoje que em 2010 foram mandadas mais de duas milhões de toneladas de lixo para os aterros sanitário da capital argentina, um recorde que acontece enquanto é aplicada a Lei de Lixo Zero.
O grupo garante que "de acordo com a norma vigente, no ano passado a cidade deveria ter enterrado cerca de mais de um milhão (1.048.000) de toneladas de lixo e , pelo contrário, mandou o dobro, 2.110.112 toneladas, segundo dados oficiais".
Para Lorena Pujo, coordenadora da campanha Lixo Zero do Greenpeace, o recorde histórico em Buenos Aires "evidencia a negligência do governo portenho com a implementação da Lei 1854 de Lixo Zero e o total fracasso da administração de Maurício Macri no cumprimento da primeira meta de redução de 30% dos resíduos descartados em aterros, como foi estabelecido pela legislação".
A lei, que existe desde 2005, pauta a redução do enterro de resíduos, e o Greenpeace afirma que isto é "sistematicamente não cumprido". Segundo Egenia Testa, diretora Política do grupo, o aumento anual de resíduos descartados "desde que assumiu [a prefeitura] Maurício Macri, são os mais altos dos últimos 10 anos".
Os piores anos da última década, em termos de emissão de lixo, foram 2008 (1.844.018 toneladas), 2009 (1.847.748) e 2010 (marco histórico de mais de duas milhões de toneladas), segundo dados do organismo.
Os aterros sanitários estão instalados nos subúrbios de Buenos Aires, para onde a cidade envia cerca de 5.781 toneladas diárias de lixo, 14 % mais que no ano anterior e aproximadamente 50 % mais do que deveria. Os vizinhos aos distritos onde se encontram os lixões denunciam há anos a contaminação da água, o solo e mesmo o ar, além da proliferação de doenças entre seus habitantes.
(ANSA, 27/01/2011)