O presidente americano, Barack Obama, prometeu nesta terça-feira eliminar bilhões de dólares de subsídios ao petróleo a fim de investir em outras opções, como um futuro de energia limpa.
"Estou pedindo ao Congresso para eliminar os bilhões de dólares dos contribuintes que atualmente damos às companhias petrolíferas. Não sei se vocês notaram, mas eles estão indo muito bem por conta própria", afirmou Obama em seu discurso sobre o Estado da União realizado nesta terça-feira (hora local).
"Em vez de subsidiar a energia de ontem, vamos investir na do amanhã", acrescentou em seu discurso anual no Congresso que esboça suas principais metas para o ano que inicia.
Obama prometeu o apoio do governo para pesquisas que possam levar a descobertas em energia verde, comparando tais esforços à corrida da Guerra Fria para a lua.
"Não estamos apenas entregando o dinheiro. Nós estamos emitindo um desafio. Estamos dizendo aos cientistas e engenheiros americanos que se eles reunirem grupos com as melhores mentes em seus campos, e se focarem nos problemas mais difíceis em energia limpa, nós vamos financiar o Projeto Apollo de nosso tempo", disse Obama.
"Com mais pesquisas e incentivos, podemos romper nossa dependência do petróleo com biocombustíveis, e nos tornarmos o primeiro país a ter um milhão de veículos elétricos na estrada até 2015".
Obama desafiou o país a superar sua dependência de combustíveis fósseis, estabelecendo a meta de produzir 80% da eletricidade dos EUA de "energias limpas" em 2035.
"Algumas pessoas querem eólica e solar. Outras querem nuclear, carvão limpo e gás natural. Para cumprir esta meta, precisamos de todos, e peço a democratas e republicanos que trabalhem em conjunto para fazer isso acontecer", disse Obama.
O discurso foi bem recebido pelos defensores da energia verde.
Eileen Claussen, presidente do Centro Pew sobre Mudança Climática Global, disse que Obama "entende que aproveitar as oportunidades atuais de energia limpa vai impulsionar o crescimento do emprego americano".
No ano passado, Obama defendeu um projeto de energia limpa que teria criado um programa "cap-and-trade" de redução de emissões do segundo maior poluidor do mundo, para vê-lo morrer no Senado.
E agora ele enfrenta uma dificuldade ainda maior, já que os republicanos ressurgentes - que se opõem à regulamentação do carbono, que, segundo eles, prejudicaria uma recuperação econômica desesperadamente necessária - controlam a Câmara de Representantes.
(AFP, 26/01/2011)