Três em cada quatro hectares cultivados com soja no Brasil na safra 2010/2011 foram semeados com grãos geneticamente modificados, revela o 2° Acompanhamento da adoção de biotecnologia agrícola no Brasil, realizado pela consultoria Céleres e divulgado nesta segunda-feira (17/01). Considerando também a área cultivada com sementes transgênicas de milho verão, milho inverno e algodão, é a maior taxa de adoção de transgênicos da história da agricultura nacional. E, segundo a Céleres, a tendência é aumentar ainda mais nos próximos anos.
No caso da soja, a previsão da Céleres para a safra atual é de 18,1 milhões de hectares plantados com soja transgênica tolerante a herbicida, o que representa 76,2% da superfície total semeada com a oleaginosa. "Os agricultores estão estimulados por um cenário favorável nas cotações e deverão semear 23,7 milhões de hectares com soja na safra 2010/2011", analisa Anderson Galvão, da Céleres.
Já a cultura do algodão deve ocupar 1,22 milhão de hectares - área 45,5% maior do que na safra 2009/2010. Dessa área, 325 mil hectares serão cultivados com variedades geneticamente modificadas dotadas de resistência a insetos, tolerância a herbicidas ou as duas combinadas. Esse último caso, que representa a primeira safra utilizando essa combinação de tecnologias, deve atingir 7,8% da área com algodão.
A previsão para o milho indica que os híbridos transgênicos ocuparão 57,2% da área total, considerando tanto a safra versão quanto a safrinha de inverno. No caso do milho verão, a área cultivada com sementes transgênicas resistentes a insetos representa 44,4% do total. "O atraso na liberação dos eventos com tecnologia tolerante a herbicidas limitou o acesso a essa tecnologia nessa safra, mas deve ser mais presente na safrinha de inverno", explica Galvão. Para o milho inverno, a previsão é que 75,4% da área seja cultivada com híbridos transgênicos.
(Globo Rural Online, 17/01/2011)