Corajosa e ousada a posição do governador Tarso Genro em solicitar à Advocacia Geral da União - AGU - para que desista do processo desejado pela Agência Nacional de Transporte Aquaviário - ANTAQ. Este ato acaba - se não houver outra tentativa de deixar Porto Alegre de costas para o Guaíba - com o atraso que mais uma vez colocariam a nossa capital.
O Projeto do Cais Mauá tem que sair do papel e dar certo. Nós precisamos desta e de mais ousadia ainda.
Vou lembrar que o governo do Pará revitalizou a Orla de Belém com dinheiro de seus cofres. Mas como não houve um devido planejamento da gestão econômica, atualmente continua gastando 5.400.000,00 por ano para sustentá-lo. Aqui, diferenemente, é a iniciativa privada que vai desembolsar 500 milhões e ainda pagar ao Estado 2.500.000,00 por ano. E depois de 25 anos tudo será do Estado.
Lá, o dinheiro público que poderia ter sido aplicado em educação, foi para o Cais. Aqui, não se gastará um centavo, podendo o governo reconstruir a UERGS, fazer cursos técnicos, retomar o EJA e ainda aumentar o salário dos professores.
Diferentemente do que alguns propalaram, não haverá edificação ao lado do prédio do Gasômetro. Pelo contrário, uma praça ligará a atual Praça Júlio Mesquista, a Brigadeiro Sampaio, por sobre a atual Mauá, formando um grande tapete verde, um parque para a cidade.
Haverá edificação dentro dos padrões legais, próximo à Rodoviária, exatamente para dar sustentação econômica ao Projeto.
Haverá vida no Cais, como temos visto pelo mundo afora, como mostram as experiências de Barcelona, na Espanha, e Rosário, na Argentina.
Restarão, certamente, problemas de circulação viária na região, questão que já existe e pode piorar, por isto a solução será um ousado plano de circulação viária para o Centro Histórico de Porto Alegre.
Bons ventos hão de soprar no Cais Mauá.
(Por Adeli Sell, especial para o Ambiente JÁ, 17/01/2011)
*ADELI SELL É VEREADOR E PRESIDENTE DO PT-POA