Por meio de uma nota entitulada A hipocrisia das Organizações Globo na hora da tragédia, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho voltou a denunciar em seu blog, nesta semana, que recursos do Fundo Estadual de Conservação do Meio Ambiente (Fecam) para a contenção de encostas e obras de drenagem teriam sido desviados, em outubro do ano passado, para a Fundação Roberto Marinho. Garotinho afirma, na nota, que os recursos seriam da ordem de R$ 24 milhões.
Quando fez a denúncia no Blog do Garotinho, em outubro passado, o ex-governador afirmava que, passadas as eleições e após uma turnê pela Europa, o governador reeleito Sérgio Cabral teria voltado diretamente ao Rio para assinar a liberação dos recursos para a Fundação mantida pela família Marinho. "O pretexto foi um convênio do governo do Estado com a Fundação Roberto Marinho, que vai construir, no Cais do Porto, o Museu do Amanhã. O prefeito Eduardo Paes já tinha sido muito generoso entrando com R$ 106 milhões para a fundação da família Marinho", dizia Garotinho no artigo de outubro. Ele reproduziu, no blog, trecho da matéria veiculada, à época, pela Assessoria de Comunicação do Governo do RJ, que dizia o seguinte:
"O Museu terá uma área de 12,5 mil metros quadrados. O custo total do projeto gira em torno de R$ 130 milhões, cabendo ao Estado cerca de R$ 24 milhões do investimento e o restante à Prefeitura. Os recursos estaduais são oriundos do Fundo Estadual de Conservação do Meio Ambiente (Fecam), da Secretaria do Ambiente."
De acordo com Garotinho, "isso é verba que deveria estar sendo usada em obras de contenção, dragagem de rios, prevenção de enchentes". E completa: "Nada mais importante para o governador do que agradar os seus parceiros eleitorais e compensá-los por toda a ajuda." Lembrando que a capa de O Globo, no dia 13 passado, cobra das autoridades federais verbas para a prevenção de tragédias e para a contenção de encostas, Anthony Garotinho provoca:
– Então não venham de hipocrisia. Os mesmos veículos das Organizações Globo que estão cobrando investimentos públicos – o que é emergencial, é claro – escondem que a fundação dos seus patrões, a família Marinho, pegou R$ 24 milhões, dados por Cabral, que era para terem sido usados na prevenção de enchentes e contenção de encostas. É tudo lastimável.
(Por Redação da EcoAgência, com informações do Blog do Garotinho e do Blog do Nassif, 16/01/2011)