A proibição do amianto não produzirá impactos significativos na economia do país. Esta é a conclusão do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas-SP). Um estudo desenvolvido pelo Núcleo comprovou que as indústrias nacionais já têm capacidade de substituir o material a um custo apenas 10% maior. As alternativas seriam o fibrocimento e derivados do petróleo.
O amianto é uma fibra mineral utilizada na fabricação de materiais de construção e componentes de automóveis. Além de ser resistente ao calor e ao fogo, o custo de produção é baixo, o que torna maior a aceitação em países subdesenvolvidos. Uma telha de amianto custa aproximadamente R$ 10 e chega a durar até 70 anos. No entanto, o produto solta fragmentos no ar que, ao serem inalados, podem provocar diversos tipos de câncer e doenças pulmonares.
O assessor da Secretaria de Saúde da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Gilberto Salviano da Silva, recomenda que o Brasil siga o exemplo de outros países e determine a proibição do amianto. “O amianto foi banido em 58 países no mundo. Toda a União Européia baniu o amianto. Existe no Supremo Tribunal Federal uma ação de inconstitucionalidade da lei que permite o uso controlado no Brasil. Na verdade, ela entra em conflito com uma resolução da OIT [Organização Internacional do Trabalho], que determina a criação de alternativas ao amianto.”
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em todo o mundo, 125 milhões de pessoas convivem com amianto no trabalho. Estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam a morte de 100 mil trabalhadores todos os anos, vítimas de doenças provocadas pelo amianto.
(Por Jorge Américo, Radioagência NP/EcoAgência, 16/01/2011)