Cientistas que estudam pinguins podem estar inadvertidamente ameaçando-os com braceletes de metal usados no monitoramento dos animais.
A taxa de vida dos pinguins-rei que têm o artefato é 44% menor do que aqueles que não o usam.
Além disso, suas crias são em quantidade menor. Os pinguins geram cerca de 80 filhotes, mas no caso dos anilhados (com braceletes), o número cai para mais da metade, 47.
A teoria é que os braceletes de metal --geralmente alumínio ou aço inoxidável-- pesam e fazem com que os pinguins tenham que colocar mais força ao nadar. Ou seja, "envelhecem" mais cedo.
O autor do estudo é um pesquisador da Universidade de Strasbourg, na França, Yvon le Maho, que analisou espécies de uma ilha francesa localizada no oceano Índico, entre a África e a Antártida.
Le Maho diz que os animais anilhados parecem ser mais velhos do que sua idade real, e sua pesquisa lança uma dúvida sobre os estudos que foram realizados nos últimos anos com pinguins.
A medição dos efeitos do aquecimento global sobre as aves, por exemplo, pode ser imprecisa diante do fato de que a vida desses animais sofre interferências pelo uso do bracelete de metal.
A edição de quarta-feira da "Nature" traz a pesquisa completa.
(Folha.com, 14/01/2011)