No Rio Iguaçu há dois parque: um do lado brasileiro e outro do argentino. Os bichos transformam os dois parques num só, sem fronteiras e sem limites para a biodiversidade. Das 20 mil espécies vegetais encontradas, pelo menos 8 mil não existem em nenhuma outra parte do mundo, apenas na mata atlântica. São mais de 1.000 espécies de aves, 350 de peixes, 260 de mamíferos.
“Esses animais estão extremamente ameaçados porque desde a época do descobrimento essa mata está sendo degradada e está sendo perdida para dar lugares a cidades, a fazendas, a plantações, a parte de pecuária, então a mata atlântica é o principal sistema ameaçado no Brasil porque ele já está no litoral, onde tem toda essa pressão do homem há muito tempo”, explica Wanderlei de Moraes, veterinário da Itaipu- Binacional.
O Parque Nacional do Iguaçu é como uma ilha cercada de ameaças por todos os lados. No Brasil é a proximidade com áreas imensas de lavoura que usam fertilizantes, agrotóxicos, pesticidas. Do lado argentino são cerca de 50 quilômetros de pinus cultivados ao lado do parque nacional, para abastecer uma fábrica de papel e celulose.
O diretor do parque nacional argentino, Daniel Alberto Crosta, diz que o pinus faz com que o solo se deteriore de tal forma que não serve para fazer crescer outra coisa.
Um animal que chega ali não tem como sobreviver no meio dos pinheiros porque não tem outros bosques, não tem outro tipo de vegetação que não seja o tronco da árvore e o solo que está pelado, não há outra forma de sustento.
“O que nós precisamos fazer é com que os parques, não só do Iguaçu, sejam indutores de desenvolvimento regional, nós precisamos fazer com que a conservação da natureza também seja um negócio e seja um desenvolvimento para o país”, explica Marcia Hirota, diretora da organização SOS Mata Atlântica.
O melhor negócio feito em Foz do Iguaçu foi conservar as cataratas e criar um Parque Nacional. São mais de um milhão de visitantes por ano, turistas que querem caminhar pelas trilhas da mata atlântica e se entregar a visão das cataratas.
(AmbienteBrasil/Globo Natureza, OngCea, 13/01/2011)