A enxurrada na região serrrana do Rio de Janeiro foi a maior catástrofe natural desde 1967 em um só dia no Brasil. Em poucas horas, um temporal que iniciou na terça-feira matou mais de 200 pessoas em três municípios da Região Serrana do Rio de Janeiro — Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis.
Em 1967, uma forte chuva caiu sobre montanhas e planícies, empurrando lama, árvores e pedras sobre a cidade de Caraguatatuba, no interior de São Paulo. O número de mortos não pode jamais ser computado, pois uma grande quantidade desapareceu soterrada pela lama ou arrastada pelas águas.
Desde a terça-feira, no Rio de Janeiro, deslizamentos de toneladas de terra, quedas de pedras gigantescas e enxurradas de lama comparadas a tsunamis atingiram moradores, tomaram bairros inteiros e inundaram prédios em segundos, em um cenário semelhante ao provocado pelo furacão Katrina, que devastou a cidade americana de Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005.
As prefeituras dos três municípios atingidos afirmam que o número de vítimas pode subir, pois equipes de resgate têm dificuldade de chegar aos locais dos desmoronamentos. Faltam água, energia elétrica e telefone. Pelo menos três estradas que cortam a região precisaram ser interditadas parcialmente, o que atrapalhou ainda mais o trabalho de bombeiros e agentes da Defesa Civil.
Famílias inteiras morreram com a força da enchente ou dos deslizamentos. Em alguns pontos, rios subiram até cinco metros e invadiram casas enquanto os moradores dormiam.
Centenas de casas foram varridas pela terra que desceu as encostas, arrastando árvores e pedras. Em Nova Friburgo, três bombeiros que tentavam resgatar moradores de um prédio desabado foram soterrados.
Catástrofe de 1967
Em 18 de março de 1967, uma forte chuva caiu sobre as montanhas e planícies, empurrando lama, árvores e pedras sobre a cidade de Caraguatatuba, no interior de São Paulo. A lama encobriu casas, ruas, estradas e praias, provocando horror e lágrimas na população. O município ficou sem energia elétrica e sem comunicação, isolada do mundo, sufocada pela lama e água.
Três dias depois, a chuva já havia cessado e Caraguatatuba se encontrava parcialmente destruída, com grandes áreas devastadas e milhares de pessoas desabrigadas. O número de mortos não pode jamais ser computado, pois uma grande quantidade desapareceu soterrada pela lama ou arrastada pelas águas.
A causa deste fenômeno foi o aumento da precipitação pluviométrica (grande quantidade de chuva) que causou o encharcamento dos morros, junto à cidade.
(Zero Hora, 13/01/2011)