Ainda no primeiro semestre deste ano deverão ser definidos os novos investimentos da companhia petroquímica Braskem e que, provavelmente, serão realizados no Rio Grande do Sul. Entre os empreendimentos estão a unidade de polipropileno verde (feito a partir do etanol da cana-de-açúcar) e a planta de butadieno (matéria-prima utilizada na fabricação de borracha sintética).
"O fato de o Rio Grande do Sul sediar hoje a planta de polietileno verde dá uma vantagem para sediar também a de polipropileno", revela o presidente da Braskem, Carlos Fadigas. O complexo tem operação programada para o segundo semestre de 2013. A expectativa é de um investimento de aproximadamente US$ 100 milhões e capacidade mínima de produção de 30 mil toneladas por ano de polipropileno verde.
Fadigas destaca que o Estado é muito relevante dentro das estratégias da empresa. Ele lembra que o grupo já realizou volumosos investimentos na região e a meta é elevar a capacidade de produção do polo petroquímico de Triunfo. Nesse sentido, outro projeto que deve ter sua implantação confirmada, antes mesmo do que o de polipropileno verde, é o de butadieno.
De acordo com o presidente da Braskem, o planejamento da unidade de butadieno encontra-se em uma fase mais adiantada. Recentemente, a companhia solicitou para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) licença prévia para a instalação, no polo petroquímico de Triunfo, de uma unidade com capacidade para 100 mil toneladas ao ano desse petroquímico básico.
O executivo lembra que o Brasil fabrica atualmente em torno de 3,5 milhões de veículos e o butadieno é matéria-prima usada na produção de pneus. Na tarde de ontem, Fadigas e outros dirigentes da Braskem reuniram-se com o governador Tarso Genro, no Palácio Piratini, para apresentar os projetos.
O secretário estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, saiu satisfeito do encontro. "Vamos ter ótimas notícias para o Rio Grande do Sul. A Braskem sinalizou com projetos muito importantes", afirma Knijnik. O secretário adianta que o governo irá trabalhar para que os novos empreendimentos da companhia fiquem no Estado. Ele acrescenta que o Executivo também tem o interesse de desenvolver a cultura da cana-de-açúcar na região para atender à demanda de álcool que será gerada. Knijnik comenta que os projetos da Braskem poderão ser enquadrados em mecanismos de incentivo do governo gaúcho.
Petrobras assina contrato para ampliação da Refap
A Petrobras assinou ontem, na sede da empresa no Rio de Janeiro, contrato para construção da nova Unidade de Hidrotratamento de Diesel (HDT II) e da nova Unidade de Geração de Hidrogênio (UGH II), na refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas. Não foi divulgado o valor do investimento.
A HDT II terá capacidade para tratar 6 mil metros cúbicos ao dia de diesel com baixo teor de enxofre (10 ppm), contribuindo para o atendimento à legislação ambiental e para a melhoria da qualidade do ar. Já a UGH II terá capacidade para produzir 1,25 milhão normal metros cúbicos ao dia de hidrogênio, com pureza de 99%, tendo como diferencial a possibilidade de carga com gás natural, gás de refinaria, butanos e nafta.
"Esse empreendimento tem uma importância-chave, pois vai propiciar a produção de diesel de qualidade apropriada tanto para o mercado interno quanto para o externo", destaca o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A obra terá duração de cerca de três anos, com um índice de nacionalização superior a 70%. Há expectativa de geração de 3 mil postos de trabalho. Atualmente, a Refap tem capacidade instalada de 200 mil barris de petróleo por dia.
(Por Jefferson Klein, JC-RS, 13/01/2011)