Não foi apenas a chuva que deixou em pânico moradores das proximidades da rua Santana, esquina com Leopoldo Bier, no bairro Santana, na tarde de ontem, em Porto Alegre. Houve uma infestação de baratas e ratos, que começaram a sair dos bueiros, tão logo a chuva ficou forte e a água passou a se acumular nos esgotos. Várias pessoas saíram de suas casas ou prédios com vassouras, na tentativa de impedir que os insetos entrassem nas residências.
Parte das duas ruas ficou alagada, fazendo com que o trânsito na região fluísse com dificuldade. Depois da forte chuva, pedestres tiveram que se equilibrar nos recuos dos muros.
A parada de ônibus existente quase na esquina da Santana com a Leopoldo Bier foi atingida e poucas pessoas se aventuraram a permanecer no local à espera de um coletivo.
Uma moça que pretendia se deslocar para um endereço na avenida Princesa Isabel se surpreendeu ao ver o acúmulo de água. Ainda com a sombrinha aberta, ela foi até o ponto onde havia se formado um verdadeiro córrego. A moça resolveu voltar. "Não dá para atravessar este oceano", resignou-se.
Uma das prejudicadas pela chuva repentina que assustou Porto Alegre foi a aposentada Ana Kist. Ela ficou abrigada sob o toldo de uma mercearia, à espera de um táxi, que naquela hora estava difícil de aparecer. "Andei um pouco descalça, mas resolvi esperar por aqui", contou. "Parei, porque considero muito perigoso. Posso pisar em um caco de vidro ou alguma coisa assim", explicou Ana.
A aposentada, que é moradora da região da rua Santana há 40 anos, estava por muito tempo à espera de uma condução para ir para casa, localizada perto da esquina com a Leopoldo Bier.
Ana Kist lembrou, não disfarçando um certo mal-estar, o momento em que as baratas saíram de dentro do bueiro, parecendo uma onda. "Vi as pessoas tentando espantar os bichos para não entrarem em suas casas", relatou. "Sempre que tem uma chuva mais forte, a rua fica alagada", disse Ana.
(Correio do Povo, 12/01/2011)