Dilma e Alexandre Padilha discutiram estratégias com ministériosA presidente Dilma Rousseff pediu ontem que, como parte das ações de prevenção e combate à dengue, o Ministério da Saúde (MS) faça reuniões com secretários estaduais de Saúde dos 16 estados identificados como de alto risco de proliferação da doença. Outras ações de reforço são a compra de medicamentos, o uso de carros fumacê, a distribuição de kits de diagnóstico, de larvicidas e de material educacional. Essas ações estão orçadas em R$ 1,08 bilhão.
A proposta é que o ministério implante em cada um dos municípios brasileiros com risco de epidemia um sistema com duas bases. Uma de monitoramento semanal de casos e outra que registre diariamente o número de mortes causadas pela doença. Atualmente, o acompanhamento feito pelas secretarias municipais de saúde é mensal. Dilma determinou ainda a realização de uma reunião, na próxima semana, com os secretários de Saúde dos estados com risco de epidemia de dengue.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, observou que a dengue exige uma ação mais detalhada de vários setores, não só do governo federal, mas dos governos estaduais e municipais. "As ações de combate aos focos do mosquito Aedes aegypti passam por saneamento, urbanização, acesso à água e vigilância nas estradas", destaca.
Entre as ações específicas para cada área, Padilha disse que o Ministério da Defesa vai deixar de prontidão militares que possam apoiar atividades de vigilância nas fronteiras e, se necessário, participar de mobilização em ações de atenção à saúde.
Na educação, a previsão é que a pasta reforce iniciativas, sobretudo em universidades federais e escolas técnicas, através de dias nacionais de mobilização. O Ministério do Turismo deverá orientar as prefeituras dos 65 destinos considerados prioritários no turismo.
A pasta do Meio Ambiente será responsável por reforçar a fiscalização em empresas produtoras de pneus e também nas que trabalham com a reciclagem do material. A Justiça deve apoiar estados e municípios na implementação de leis de vigilância sanitária em cidades que ainda não têm regras claras. O Ministério da Previdência Social vai utilizar a rede de contatos de aposentados e pensionistas para a divulgação de ações de combate e de orientação sobre os riscos da dengue. A ideia é incluir ainda a pasta do Trabalho e Emprego, para que a rede de trabalhadores também possa ser usada.
Em Porto Alegre, a coordenadora do Programa de Prevenção à Dengue, Maria Mercedes Bendati, destacou que ainda neste mês a Secretaria Municipal de Saúde deverá realizar o primeiro levantamento de infestação do mosquito vetor da dengue na cidade. "O trabalho será realizado em um período de cinco dias úteis, podendo ser prorrogado de acordo com as condições climáticas", explica. Além disso, a vigilância realiza trabalho de rotina dos agentes de combate a endemias com visitas domiciliares de orientação e informação.
(JC-RS, 12/01/2011)