O IAP (Instituto Ambiental do Paraná) afirmou que o descarte por um navio pesqueiro é a hipótese mais provável para explicar o aparecimento de peixes mortos na baía de Paranaguá, no litoral do Paraná, entre final de dezembro e início de janeiro.
Um análise realizada pelo CEM (Centro de Estudos do Mar) da Universidade Federal do Paraná descartou a hipótese de que as mortes tenham sido causadas por doenças ou toxinas de microalgas.
Na semana passada, o aparecimento de toneladas de peixes mortos, principalmente sardinhas-xingó, na baía, fez a Secretaria de Saúde de Paranaguá recomendar que a população e os turistas não consumissem peixe proveniente do município. Nenhum caso de intoxicação foi registrado. A federação de pescadores local estima que 60 toneladas de peixes mortos apareceram na baía.
Para o CEM, o fato de esses peixes serem, na maioria, de uma mesma espécie afasta a possibilidade de contaminação química, já que casos de vazamento registrados na baía no passado provocaram a morte de várias espécies. A mesma conclusão foi usada para descartar a hipótese de floração de microalgas nocivas, ou maré vermelha.
Dois inquéritos foram abertos, um pela Polícia Ambiental e outro pela Polícia Federal, para investigar os responsáveis pelo despejo dos peixes na baía de Paranaguá.
CONTESTAÇÃO
A Prefeitura de Paranaguá contestou a nota técnica elaborada pelo IAP e pelo CEM. Segundo a prefeitura, o barco pesqueiro apontado pela Polícia Ambiental como o responsável pelo descarte dos peixes é usado na pesca de camarão e não tem capacidade para transportar a quantidade de sardinhas encontradas na baía.
A prefeitura afirma que está preparando um novo relatório sobre o caso e que contratou uma empresa para investigar amostras de peixes e água da baía. De acordo com a prefeitura, análises químicas preliminares indicam a presença de produtos químicos fora do padrão das águas da baía de Paranaguá. Um relatório completo deve ficar pronto nos próximos 15 dias.
(Folha.com, 11/01/2011)