O vereador Carlos Todeschini (PT), autor do projeto que institui o aumento progressivo na substituição do óleo diesel convencional pelo biodiesel no transporte público de Porto Alegre, aprovado pela Câmara Municipal, confia que a proposta será sancionada pelo prefeito José Fortunati. De acordo com ele, as críticas do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sulpetro), Adão Oliveira, à iniciativa não se justificam. A entidade pretende solicitar ao prefeito que não sancione o projeto, aprovado pela Câmara no final de 2010.
Todeschini cita quatro razões para defender o biodiesel: evita doenças provocadas pela poluição veicular, é renovável, não agride o meio ambiente e tem um baixo teor de enxofre. "Os benefícios à saúde pública são imensuráveis. O Brasil, só em 2009, gastou cerca de R$ 450 milhões para tratar doenças respiratórias e alérgicas causadas pela poluição veicular", argumentou. A produção de biodiesel no Rio Grande do Sul, segundo ele, é a maior do país, o que tem aumentado a geração de emprego e renda. Quanto ao preço do produto, um dos alvos de descontentamento dos varejistas, Todeschini afirma que a reclamação é exagerada frente aos benefícios que o projeto traz. "Tanto que foi aprovado por unanimidade pela Câmara", disse.
Conforme o projeto, o prazo para a implantação plena do programa será de cinco anos, a contar da data de publicação da lei complementar. A implantação de maior dosagem de biodiesel (atualmente de 5% e que passará a 15% se o projeto for sancionado por Fortunati) será progressiva, até que se atinja a utilização de 100%.
Sendo os custos com o biodiesel (B15) superiores ao do óleo diesel convencional, o projeto estabelece que a manutenção dos valores das tarifas será garantida por meio da concessão de incentivos às empresas de transporte público municipal.
(Correio do Povo, 11/01/2011)