O prefeito de Hulha Negra, Carlos Renato Machado, decretou, na tarde desta segunda-feira, situação de emergência no município da Campanha, em função da estiagem. A medida foi adotada com base nos relatórios de perdas, elaborados pela Emater e as secretarias municipais, apontando prejuízos superiores a R$ 10 milhões no setor agropecuário. Mais cedo, a prefeitura encaminhou o relatório com a Notificação Preliminar de Desastre (Nopred) à Defesa Civil, assim como Cerrito e Piratini.
Uma das atividades mais prejudicadas pela estiagem foi a produção de leite, em razão da falta de alimentos para o gado. Já na agricultura os produtores justificaram que as condições de solo, pela falta de umidade, inviabilizaram o plantio de lavouras de milho, feijão e de outras culturas de verão. O setor quer a prorrogação dos prazos para o pagamento dos financiamentos de custeio.
A Defesa Civil já reconheceu o decreto de três municípios: Candiota, Herval e Pedras Altas, todos no Sul do Estado. As prefeituras de Pinheiro Machado e Lavras do Sul também já decretaram situação de emergência, ainda não reconhecida pelo órgão. Desde a semana passada, a Defesa Civil já encaminhou caminhões-pipa com água para Candiota, Cerrito, Pedro Osório e Lavras do Sul. Na região, também foram afetadas pela estiagem Dom Pedrito e Aceguá.
Fronteira Oeste
Livramento, na Fronteira Oeste, assinou pela tarde o decreto de situação de emergência. A seca se concentra principalmente na região rural do município, há cerca de 90 dias. Já foram contabilizadas perdas nas lavouras de milho, soja, feijão e culturas de subsistência, além da criação de gado de corte e a bacia leiteira.
O município de Bagé, também no Oeste, pode assinar em breve o decreto. Conforme relatório divulgado pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Rural, o plantio das culturas de verão sofreu uma diminuição significativa. Apenas 12 mil hectares da área prevista para o plantio de soja (de 15 mil hectares) foram cultivados. O arroz perdeu cerca de 15% de sua área programada e a safra de milho também contabiliza prejuízos.
(Correio do Povo, 11/01/2011)