O presidente boliviano Evo Morales sustentou hoje uma reunião com mais de 300 prefeitos de áreas rurais do país para analisar estratégias orientadas a contrabalancear os previsíveis efeitos da seca neste ano.
Durante a conversa, realizada em Cochabamba, o dignatário prometeu às autoridades locais entregar-lhes de 200 mil a 300 mil dólares para executar em suas jurisdições projetos de irrigação e de distribuição de água potável.
O objetivo governamental é potenciar a produção de alimentos e criar condições para paliar as afetações climáticas, que podem incentivar uma migração interna de altas proporções nos próximos anos.
Ao dialogar com os assistentes ao encontro, Morales aludiu em seguida à seca aguda que sacudiu parte do país em 2010 e como danificou à população, mas sobretudo na complicação do trabalho dos prefeitos.
"Os que mais suportam a pressão do povo são as prefeitas e prefeitos. O presidente está acima, retorna, assim como o governador, que também chega um momento, mas as prefeitas e prefeitos vivem junto ao povo", refletiu.
O mandatário manifestou sua solidariedade com os camponeses e autoridades locais pelos problemas que gera a mudança climática e recordou que o aquecimento global afeta a toda a humanidade.
Disso "não somos os culpados, mas lamentavelmente o é o desenvolvimento industrializado, ilimitado e irracional de algumas potências e que está destroçando ao mundo, ao planeta Terra", afirmou.
Morales compartilhou sua certeza de que as potências capitalistas nunca mudarão suas políticas para frear a emissão de gases de efeito estufa, o que ficou demonstrado em reuniões sobre o tema.
"A Bolívia não assinou, recusou os resultados de (a 16 Conferência das Nações Unidas Sobre Mudança Climática) Cancún, que foram piores que os de Copenhague. Tudo pela soberba de algumas potências mundiais", enfatizou.
Por outro lado, o presidente comentou as vantagens de acabar com a subvenção aos combustíveis e contar com os fundos perdidos nela para fomentar obras mais abarcadoras contra os problemas derivados dos fenômenos climatológicos, em tanto alentou a pensar em novos projetos.
(Por Fany Rodríguez, Prensa Latina, 10/01/2011)