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direitos indígenas
2011-01-10 | Tatianaf

O alto índice de mortalidade infantil registrado nas aldeias na nação Xavante, em Campinápolis/MT (denunciado há cerca de 30 dias por este blog com repercussão nacional) seria resultado do abandono, omissão e negligência do Governo Federal. A análise é do Conselho Indigenista Missionário, que denomina a situação de “extermínio dos povos indígenas”.

Em artigo assinado por Iara Tatiana Bonin, membro do CIMI/RS, a mortalidade infantil indígena é criticada pela entidade por seus números alarmantes. No texto, Iara Bonin lembra que a terra indígena Parabubure, do povo Xavante, localizada a 562 km de Cuiabá, apresenta uma taxa de mortalidade infantil preocupante.

“Segundo noticiou a imprensa de Mato Grosso, das 200 crianças nascidas no ano de 2010, 60 morreram em decorrência de doenças respiratórias, parasitárias e infecciosas, o que corresponde a 30% do total de nascimentos do período”, diz o artigo.

E a indigenista completa: “Esta terra indígena está registrada desde 1987, mas a comunidade Xavante sofre com a falta de assistência adequada em saúde, já tendo casos de mortes por desassistência denunciados pelo Conselho Indigenista Missionário no Relatório de Violência contra os Povos Indígenas de 2009”.

As mais de 100 comunidades situadas na região do Médio Araguaia, acrescenta Iara, reclamam a falta de veículos, de medicamentos e de equipes técnicas para atender as mais de sete mil pessoas que vivem ali. A situação é precária, não há médicos, enfermeiros e nem meios de transporte para levar os doentes à cidade.

Tal como ocorre na terra indígena Vale do Javari, no Amazonas, os índices de mortalidade infantil na aldeia Xavante de Campinápolis chegam a quase 100 óbitos para cada 1.000 crianças que nascem. “Em outubro deste ano lideranças indígenas acamparam na sede da Funasa, protestando contra a falta de uma política adequada de atenção à saúde indígena. Apesar das diferentes formas de mobilização e de luta dos povos indígenas, no dia a dia o que eles encontram é o abandono e a omissão”, completa Iara Bonin, que é professora adjunta da Universidade Luterana do Brasil -Ulbra .

Ela é dura ao criticar o Governo Federal pela situação dos povos indígenas. “Privilegiando interesses econômicos e políticos específicos, o governo colabora para tornar hostis as relações estabelecidas com setores sociais desfavorecidos, em especial as populações indígenas. Poucas foram as terras regularizadas nos dois mandatos do presidente Lula: ele homologou apenas 88 terras, sendo que muitas delas tiveram os procedimentos iniciados em governos anteriores”.

Ela ressalta que em 2010 o governo liquidou apenas 64,24% do orçamento indigenista e, particularmente nas rubricas relativas à segurança alimentar e nutricional e à proteção e recuperação da Saúde Indígena, foram utilizados apenas 51,36% e 63,69% dos recursos autorizados, respectivamente.

Para Iara, sejam quais forem as metas econômicas traçadas para o país, a morte de tantas crianças, pertencentes a povos tão massacrados historicamente, não pode ser considerada aceitável. E, sob nenhuma circunstância, a negligência com os direitos desses cidadãos do presente e do futuro pode encontrar amparo em uma sociedade que define a si mesma como democrática.

“Tal como o nascimento, na cultura ocidental contemporânea, a morte também pode adquirir diversos significados – mas a morte que decorre da omissão do Estado não pode, de modo algum, ser esquecida. Não há como calar a voz diante do extermínio lento e gradativo dos povos indígenas”, finaliza.

(Sandra Carvalho, Expresso MT, 08/01/2011)


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