Mesmo com toda a fiscalização existente, ainda são muitos os casos de contaminação do meio ambiente por resíduos industriais. Esses resíduos atingem solos, rios, lençóis freáticos, entre outros, prejudicando a vida de milhares de pessoas direta ou indiretamente. De acordo com cientistas da Unicamp, uma vez que tais acidentes ocorrem, a única forma de resolver o problema é tentar recuperar as áreas contaminadas, através de técnicas de remediação.
“Os frequentes derramamentos de petróleo e seus derivados registrados em solos brasileiros vêm motivando o desenvolvimento de novas técnicas que visam, principalmente, a descontaminação dessas matrizes. São técnicas, físicas, químicas e biológicas, usadas para remoção ou a degradação de petróleo derramado e para a redução de seus efeitos sobre o ecossistema, especialmente os tóxicos”, explicam Juliano Andrade e colegas no estudo “Biorremediação de solos contaminados por petróleo e seus derivados”, publicado em setembro de 2010 na revista Eclética Química.
Eles mostram que, dentre as técnicas desenvolvidas, a "biorremediação" vem se destacando como uma alternativa viável e promissora para o tratamento de solos contaminados por petróleo e seus derivados. De acordo com os especialistas, de modo geral, a biorremediação baseia-se na degradação bioquímica dos contaminantes por meio da atividade de microorganismos presentes ou adicionados no local de contaminação.
“Geralmente, os microorganismos utilizados são bactérias, fungos filamentosos e leveduras. Eles são importantes em função de seus efeitos bioquímicos e por destruírem ou transformarem os contaminantes potencialmente perigosos em compostos menos danosos ao ser humano e ao meio ambiente”, dizem.
Os pesquisadores salientam que, o primeiro fator para definir se a biorremediação é a técnica mais apropriada para o tratamento do local contaminado é a biodegradabilidade do contaminante, ou seja, se o microorganismo irá conseguir metabolizar aquele composto poluidor. “Por isso, o estudo detalhado de cada parâmetro que afeta a biodegradação deve ser feito cautelosamente pelos responsáveis do projeto de remediação”, aconselham.
(Agêcia Notisa, Fátima News, 8/01/2011)