A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 6,1 bilhões para a Eletrobrás Termonuclear S/A construir Angra 3. A usina, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), terá potência instalada de 1.405 megawatts (MW), energia equivalente a um terço do consumo do Estado do Rio de Janeiro.
O BNDES participará com 58,6% do investimento total do projeto, que vai criar nove mil empregos diretos durante a fase de construção e 500 quando a usina entrar em operação. Angra 3 será conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de linha de transmissão em operação, utilizada para escoar a energia produzida pelas usinas Angra 1 (capacidade instalada de 657 MW) e 2 (1,3 mil MW). A subestação existente vai ser ampliada para permitir o aumento de carga.
A operação apoiada pelo Banco tem, ainda, como méritos o aumento da disponibilidade de energia elétrica, indispensável para o suprimento do País a partir de 2016, podendo gerar 10,9 milhões de Mwh/ano, além do fato de se tratar de uma fonte de energia que não gera gases causadores do efeito estufa. Ou seja, contribui com a melhoria da qualidade do ar, comparada a outras fontes de energia.
A usina está localizada próximo aos principais centros consumidores de energia do País, evitando a construção de sistemas de transmissão e a consequente elevação do custo de energia produzida. Angra 3 também aumentará as possibilidades do Operador Nacional do Sistema (OMS) ampliar o intercâmbio regional de energia, proporcionando maior segurança no abastecimento ao mercado nacional.
O Rio de Janeiro, por exemplo, situa-se na ponta de linhas de transmissão e fica, assim, extremamente vulnerável a contingências operacionais, que ocorrem no sistema elétrico interligado Sul/Sudeste/Centro-Oeste, com riscos de queda e de desligamento de linhas de transmissão. A construção de Angra 3 reduzirá a necessidade de importação de energia gerada em outros Estados, amenizando o problema atual.
Impactos - A usina também contribuirá para o desenvolvimento regional e local da área de Angra dos Reis, a partir da construção do que se convencionou chamar de “projeto estruturante”. Ou seja, serão realizados investimentos no desenvolvimento e melhoria da infraestrutura da região e ações socioeconômicas na área de influência do entorno do projeto, proporcionados, principalmente, pelos programas de compensação de impactos socioambientais.
Além disso, contribuirá para a manutenção de elevado nível de investimentos na economia brasileira, nos próximos cinco anos, em um momento em que o aporte de recursos em infraestrutura torna-se estratégico para a manutenção do crescimento do País.
O grupo Eletrobras, do qual faz parte a Eletrobrás Termonuclear, gerou, em 2009, 32 mil MW, o que corresponde a 30% do total da capacidade instalada de energia do País. Possui 28 usinas hidrelétricas, 13 termelétricas e duas termonucleares (Angra 1 e 2).
(Envolverde/Eco-Finanças, 07/01/2011)