A China está ganhando aos poucos a batalha contra a desertificação, mas ainda vai levar pelo menos 300 anos até que o país recupere as terras perdidas para a areia, anunciou na terça-feira (4/1) o governo chinês.
Levantamento recente mostra que mais de um quarto do território chinês está degradado ou foi perdido para as dunas e cascalho como resultado da combinação de clima seco, séculos de plantio descontrolado e décadas de demanda excessiva por água e solo pela maior população do mundo e sua economia de rápido crescimento. Reportagem em O Globo.
Ao anunciarem os resultados da pesquisa, autoridades florestais informaram que a desertificação se estabilizou, mas afirmaram que os esforços para recuperar o terreno perdido devem ser reforçados.
Apesar de a China estar conduzindo a maior campanha de plantio de árvores do planeta, providenciando a realocação de milhões de “ecomigrantes” e impondo restrições à condução de rebanhos e ao uso da terra, o relatório revela que “a tendência de desertificação não foi fundamentalmente revertida”.
Há alguns pequenos sinais de melhoria, no entanto. Nos cinco anos até 2010, as autoridades estimam que a área desértica do país foi reduzida a um ritmo anual de 1.717 quilômetros quadrados. O resultado é 40% melhor que o verificados no quinquênio 2000-2005, o primeiro a apresentar algum tipo de ganho contra a desertificação na história da China.
Mas pelo menos 1,7 milhão de quilômetros quadrados da China – uma área maior do que o estado do Amazonas – ainda estão cobertos pelas dunas e cascalho do Deserto de Gobi. E um território ainda mais amplo sofre com a erosão causada pela água e vento ou com a salinização da terra. O governo chinês estima que 530 mil quilômetros quadrados poderão ser recuperados por meio do reflorestamento, proteção e regeneração natural.
(EcoDebate, 06/01/2011)