O contraste entre o tempo chuvoso no Norte e seco no Sul tem marcado o clima no Rio Grande do Sul desde outubro de 2010. Uma das explicações é a formação do fenômeno La Niña, que resfria a água do Oceano Pacífico, altera os padrões da circulação atmosférica e faz diminuir a umidade em alguns pontos do sul do país.
_ Essas duas regiões (Campanha e Sul) são afetadas pelo La Niña por estarem mais próximas do Pacífico _explica a meteorologista Estael Sias, da Central de Meteorologia da RBS.
Apesar da forte influência desse fenômeno no Estado, efeitos climáticos pontuais garantem uma certa variação da característica contrastante do clima gaúcho. É o caso do que ocorre na Região Norte, marcada pelas fortes precipitações. A explicação, segundo a meteorologista, é o aquecimento do Oceano Atlântico, que favorece a evaporação nessa região do RS e de Santa Catarina.
_ Nessas áreas, as chuvas que têm sido eventuais ocorrem com forte intensidade e colaboram para a manutenção da umidade do solo e para manter as reservas hídricas _ declara Estael.
Outros fenômenos pontuais como as chuvas de verão também contribuem para balancear a diferença de clima entre os pontos extremos do Estado.
Nesta quarta-feira, por exemplo, a alta umidade aliada ao abafamento gerou as condições ideais para a ocorrência de fortes pancadas de chuva em pontos isolados da Campanha e à oeste da Lagoa dos Patos. Houve registro de chuva forte em cidades como Porto Alegre, Uruguaiana e Santa Maria. Já em Bagé, choveu apenas 1mm, também em regiões isoladas da cidade.
(Zero Hora, 05/01/2011)