O governo do Rio poderá aplicar severa multa à Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) pela poluição causada em Santa Cruz, bairro da zona oeste da capital, no último dia 26 de dezembro. A emissão de fuligem atingiu casas e carros situados nas imediações da empresa.
O assunto será tema de entrevista coletiva hoje (5) na Secretaria do Ambiente do estado. Estarão presentes o secretário do Ambiente, Carlos Minc, e a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos.
Minc vai anunciar as decisões tomadas pelo conselho diretor do Inea em relação à CSA. Em nota, a Secretaria do Ambiente admite que a companhia poderá “sofrer pesada multa por poluir o ar de Santa Cruz com a emissão de grafite no entorno da usina, no fim do ano passado”.
Minc e Marilene vão detalhar os ajustes que a CSA precisará fazer para obter do Inea a licença de operação, documento necessário para assegurar seu funcionamento definitivo.
A nota informa ainda que em reunião do conselho de administração da CSA com o Inea, no dia 28 de dezembro, a siderúrgica se comprometeu a contratar uma auditoria externa, conforme exigência do instituto e do Ministério Público Federal.
Na reunião, o Inea descartou a participação de auditores alemães “para evitar conflitos de interesses”, uma vez que o grupo controlador da siderúrgica é o alemão Thyssenkrupp, com 73,13% do capital. Os 26,87% restantes são da Vale. Entre as candidatas a realizar a auditoria estão a coreana Hyundai, a holandesa Tata Chorus, a brasileira Usimec e a canadense Hatch.
A CSA já se comprometeu a indenizar as famílias que moram no entorno da usina e que foram atingidas pela emissão de fuligem. Segundo o Inea, o valor da indenização ainda não foi definido, “mas deverá ser equivalente aos gastos que os moradores tiveram para limpar os bens atingidos”.
O acidente provocou o que os moradores chamaram de “chuva de prata”, que atingiu casas e carros. Segundo a siderúrgica, a poluição ocorreu em consequencia de defeito em um guindaste da aciaria - unidade que processa o ferro-gusa produzido pelos fornos. Com isso, a CSA teve que utilizar o poço de emergência para escoar o produto, o que acabou provocando as emissões.
(Por Nielmar Oliveira, Agência Brasil, 04/01/2011)