O La Niña tem castigado a metade sul do Rio Grande do Sul. Se no norte do Estado a soja e o milho se desenvolvem bem por causa da chuva regular, na fronteira com o Uruguai e Argentina algumas regiões estão há mais de 90 dias sem registro de precipitação.
– A última chuva foi em outubro. Depois, não caiu mais chuva. O que houve foram pequenas precipitações, de 10 milímetros. Nada que desse para recuperar a perda – conta a agricultora Olália da Silva.
A produtora mora num assentamento de agricultores familiares em Candiota, um dos municípios mais afetados pela estiagem. Para ela, a seca deste verão já deixou prejuízos.
– Eu já perdi dez galinhas por causa da peste. Agora já coloquei remédio na água. Ali no vizinho também todas as galinhas estão praticamente doentes. Falta alimentação, de pasto verde e começa qualquer doença, piolho de galinha – acrescenta Olália.
Os efeitos da seca também podem ser observados na pastagem e na queda de produção do gado leiteiro.
– Nós temos uma redução de 35% na produção de leite. Em novembro, tínhamos uma produção de 300 mil litros, dezembro caiu para 200 mil litros e a situação vem se agravando a cada dia que passa – explica o secretário de Agricultura de Candiota, Fabiano Oswald.
(Por Ricardo Cunha, Canal Rural, 03/01/2011)