A maior estrutura viva da Terra, vista até do espaço, também é hoje uma das maiores preocupações do governo da Austrália.
Num imenso conjunto de recifes que se estende por 2.000 km na costa do nordeste australiano, a Grande Barreira de Corais está morrendo, seja pelo aquecimento global ou por poluição.
Ainda assim, o nome faz jus à grandeza da vida marinha que emana dali. De tão rica, já serviu de inspiração até para o filme de animação "Procurando Nemo".
A maior parte das expedições para os recifes sai da cidade de Cairns ou de Airlie Beach que, apesar do nome, não é praia, mas uma marina cercada de hotéis e de infraestrutura turística.
Os corais não crescem fora d'água e nem abaixo de 30 metros de profundidade. Por isso, prepare as pílulas contra enjoo. É preciso ir de barco além da costa.
Alguns vão e voltam no mesmo dia, as lanchas rápidas, chamadas de "vomit vessels (os barcos do vômito), mas os corais mais bonitos são os que ficam a cerca de 50 km do continente. Para alcançá-los, é preciso passar a noite em alto-mar.
Dois milhões de turistas visitam anualmente a barreira e, com tanta gente e tanto dinheiro deixado por lá, nada lembra o improviso. As embarcações têm tudo.
Quem sai de Airlie Beach tem a vantagem de conhecer, além da barreira de corais, a paradisíaca ilha Whitsunday e a praia Whiteheaven, considerada uma das mais bonitas da Austrália.
Nos arrecifes, os corais são tão rasos que dá para vê-los apenas de snorkel, mas mergulhar de cilindro é a melhor forma de explorar aquela diversidade marinha. Os barcos dão curso para quem nunca mergulhou na vida.
Com sorte, procurando Nemo, dá para achar também tartarugas, anêmonas e até tubarões.
(Folha.com, 23/12/2010)