A Fundação do Meio Ambiente (Fatma) busca uma solução para os 60 índios kaingangs de Iraí, no Rio Grande do Sul, que ocuparam o Parque Estadual do Rio Vermelho, no Norte da Ilha, em Florianópolis, na noite de terça-feira. O presidente da Fatma, Murilo Flores, diz que o grupo não foi autorizado a entrar no local.
Procurado pela reportagem do DC, o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) na Grande Florianópolis, João Alberto Ferrareze, não foi encontrado para falar sobre o caso. A assessoria de imprensa do órgão em Brasília disse que uma reunião da Fatma e Funai deve ocorrer nesta quarta-feira a partir das 14h para definir a situação.
Os índios permanecem no parque, mas a Fatma estuda meios de retirá-los, uma vez que o camping deve ser reaberto nesta quinta-feira ao público pagante. Flores diz que o órgão não foi comunicado com antecedência sobre a vinda dos índios.
De acordo com Augusto Ope da Silva, do Conselho de Articulação Indígena, o grupo reuniu-se no dia 8 de novembro com o Ministério Público Federal, a Funai e a Coordenadoria de Políticas Públicas para a Promoção de Igualdade Racial de Florianópolis para conseguir uma área no parque até março. Silva diz que os indígenas receberam um documento da procuradora Ana Lúcia Hartmann, do MP, autorizando a ida do grupo para o local. A procuradora não foi encontrada pelo DC para falar sobre o assunto.
Na terça-feira, os índios chegaram de ônibus a Florianópolis. De acordo com Silva, só na Capital eles souberam que precisariam da autorização da Fatma.
O grupo foi ao MP, mas, como a instituição está em recesso, os índios se dirigiram à Coordenadoria de Políticas Públicas para a Promoção de Igualdade Racial do município, de onde entrou em contato com a Fatma. O órgão estadual teria se recusado a atendê-los, e o grupo resolveu ocupar o parque.
O administrador do Campo Escoteiro Rio Vermelho, Marcus Vinícius Nogueira, diz que ficou surpreso com a chegada dos índios. Como há mulheres, crianças e idosos no grupo, os índios foram acolhidos no local, mas Nogueira afirma que aguarda a definição dos órgãos responsáveis.
(DIÁRIO CATARINENSE, DIARIO.COM.BR E CBN DIÁRIO, 23/12/2010)