Relatório divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) afirma que o bioma só atingiu até agora uma das 8 metas do milênio estabelecidas em 2000 pelas Nações Unidas sobre condições de pobreza, saúde, educação e meio ambiente para o ano de 2015.
A única meta atingida no bioma até o momento foi a eliminação da desigualdade entre os sexos na educação infantil, segundo a organização não governamental (ONG). Se o ritmo de resolução das metas for mantido, outras 3 poderão ser alcançadas até 2015, que são reduzir a mortalidade infantil, garantir o acesso à educação fundamental e inverter a perda de recursos ambientais, calcada na redução do desmatamento e no aumento de áreas protegidas no bioma.
Mas outros fatores preocupantes estão no relatório do Imazon, feito a partir da análise de 25 indicadores em relação às metas da ONU para 2015 e chamado de "A Amazônia e os Objetivos do Milênio", atualizando o mesmo estudo realizado em 2007. De acordo com o texto, a maioria dos indicadores teve melhoria na Amazônia, comparando número de 2009 em relação a 1990. Mas a "melhoria é insatisfatória e a região está abaixo da média nacional".
Um dos pontos críticos é o aumento da taxa de Aids na região, que aumentou entre 1990 e 2008 na Amazônia, indo contra a redução no restante do país. A malária também teve índices altos e mais de 306 mil casos da doença foram registrados no bioma em 2009, segundo o relatório.
A pobreza extrema, outro ponto previsto nas metas do milênio da ONU, diminuiu de 23% para 17% entre 1990 e 2009 na Amazônia, mas ainda faltam 7% para o número atingir o objetivo para 2015, de 10%, indica a pesquisa.
A taxa de analfabestismo caiu de 20% para 11% no período, aponta o relatório. Mas ainda há uma taxa alta de analfabetos funcionais na região. Já a taxa de mortalidade infantil de crianças até 1 ano caiu 52% entre 1991 e 2009. De acordo com o Imazon, a meta para 2015 poderá ser atingida.
O relatório também destaca a gradual diminuição do desmatamento no bioma, que em 2010 teve seu menor índice desde 1988, segundo dados do Instituto Naicional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e ressalta a importância de 44% do bioma ter território protegido por áreas de conservação ou terras indígenas. Segundo a pesquisa, no entanto, apenas 10% da população no bioma tem saneamento básixo e 58% do lixo produzido vai para lixões a céu aberto.
(Globo Amazônia, 22/12/2010)