Um dia após anunciar ter conseguido um empréstimo de R$ 2,7 bilhões com o BNDES para a construção de uma fábrica no Maranhão, a Suzano Papel e Celulose anunciou ontem ter fechado um acordo para a compra, por R$ 1,5 bilhão, dos 50% da Fibria na fabricante de papel e celulose Conpacel. Com isso, a Suzano passa a deter 100% da empresa.
A Conpacel (Consórcio Paulista de Papel e Celulose) possui uma fábrica de papel e celulose no município de Limeira (SP), com capacidade de produção de 390 mil toneladas anuais de papel e outras 650 mil toneladas anuais de celulose. No caso dos papéis, sua especialidade são papéis para imprimir e escrever, revestidos e não revestidos.
A empresa emprega cerca de 3,2 mil pessoas. Além disso, conta com aproximadamente 76 mil hectares de terras próprias e cerca de 71 mil hectares de plantios - sendo 53 mil hectares nas áreas próprias e outros 18 mil hectares em áreas arrendadas. No total, a empresa conta com oito parques florestais.
De acordo com fato relevante enviado pelas companhias à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Suzano pagará à Fibria R$ 1,45 bilhão pelos ativos da Conpacel. A proposta inclui também as operações de distribuição de papel da KSR, pelas quais a Suzano pagará outros R$ 50 milhões. De acordo com as empresas, o acordo ainda terá de ser submetido às autoridades governamentais.
Sinergias. Segundo a Suzano, a companhia deve conseguir sinergias operacionais e administrativas de aproximadamente R$ 300 após a incorporação da Conpacel. A Suzano justificou a compra dizendo que trará benefícios tanto para a companhia quanto para distribuidores, clientes, consumidores e sociedade onde está presente.
Além disso, o negócio reafirmaria a estratégia da Suzano de "contar sempre com ativos competitivos para disputar e se consolidar na liderança regional de papéis de imprimir e escrever, maximizar a rentabilidade de suas operações de papel, ampliar sua plataforma de distribuição regional de papel e expandir seu negócio de celulose de mercado".
(O Estado de S.Paulo, 22/12/2010)