A Secretaria de Meio Ambiente de Novo Hamburgo (Semam) concluiu nesta terça-feira um relatório preliminar que apresenta estudos e análises de biólogos sobre a mortandade de peixes no Rio dos Sinos. O laudo aponta para uma possível causa associada ao pico de manganês identificado pelo Serviço de Água e Esgotos de Novo Hamburgo (Comusa) nos dias da mortandade. A fonte do elemento químico estaria ligada a produtos agroquímicos, principalmente pelos dados que comprovam a elevação na contagem do material na água, normalmente identificada pela Comusa no rio.
Os dados do relatório questionam as informações divulgadas anteriormente que creditam somente ao esgoto doméstico as causas do incidente. O Ministério Público (MP) recebeu nesta terça-feira os resultados parciais das análises feitas pelo laboratório contratado pelo órgão. O relatório aponta como principal causa da morte dos animais insuficiência cardio-respiratória consequente de aguda falta de oxigênio, que pode decorrer da presença de substâncias de origem orgânica (esgoto doméstico ou industrial) associada à degeneração do fígado decorrente de lançamentos de resíduos químicos.
As análises da Semam foram realizadas a partir da coleta e do levantamento das espécies atingidas em 1º de dezembro. Segundo o biólogo Carlos Normann, foram analisadas a brânquia, por ser um dos primeiros órgãos no peixe que entra em contato com a água; o fígado, pelo importante papel no metabolismo e na desintoxicação, e os glóbulos vermelhos (sangue) para a verificação de possíveis modificações no material genético. Com os estudos foram constatados quebra de material genético (cromossomos) e lesões no fígado e nas brânquias das espécies.
Outras análises estão sendo realizadas pela secretaria para a conclusão do estudo. Conforme o secretário de Meio Ambiente de Novo Hamburgo, Ubiratan Hack, foram encaminhados para o laboratório amostras para a realização de um estudo cromatográfico, procedimento que buscará pesticidas e fungicidas de uso agrícola.
As informações serão repassadas para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam) e para o Ministério Público.
(Rádio Guaíba, 21/12/2010)