"Tucuruí, a saga de um povo" mostra que os mais de 25 anos de funcionamento da barragem de Tucuruí não significaram desenvolvimento para a região. Centenas de atingidos continuam sem indenização, e as famílias que moram perto do lago não têm luz elétrica e condições dignas de vida. Enquanto isso, a indústria do alumínio, maior beneficiada com a energia gerada pela barragem, vai lucrando... Além da denúncia, este vídeo se preocupa em mostrar a luta e a esperança do povo de Tucuruí por seus direitos e por uma sociedade menos desigual.
Criada durante o regime militar na década de 70, a usina hidrelétrica de Tucuruí deslocou 32 mil famílias, segundo dados da própria Eletronorte, órgão responsável pela obra. Como foi construída antes da lei que exige a realização de estudo e relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) antes da construção da barragem, o mesmo foi elaborado simultaneamente à construção da obra, sem quase nenhuma influência.
Segundo estudo do Instituto de Pesquisa da Amazônia (INPA), as conseqüências sociais e ambientais da hidrelétrica de Tucuruí foram e continuam sendo negativas e prejudiciais. Algumas delas: o deslocamento da população na área de inundação e a sua realocação subseqüente devido a uma praga de mosquitos Mansonia; o desaparecimento da pescaria que sustentava, tradicionalmente, a população a jusante da barragem; os efeitos sobre a saúde devido à malária e a contaminação por mercúrio; e o deslocamento de grupos indígenas (Parakanã, Pucurui e Montanha).
(Brasil de Fato, 21/12/2010)