A busca por uma sociedade ecologicamente sustentável começa a tomar forma em Santa Maria. A intenção saiu do papel na tarde de ontem, quando a Prefeitura assinou a licença de operação ambiental para a empresa GR2 Indústria de Reciclagem de Resíduos Eletrônicos. Questionamentos como o que fazer com aquele lixo eletrônico, já não deverão incomodar aqueles santa-marienses preocupados com o meio ambiente. Para isso, a Prefeitura chamou para dar um enfrentamento a essa situação uma empresa da cidade, é a GR2 – Gestão de Resíduos, que pertence ao Grupo Build.
O desafio da GR2 é dar um tratamento àqueles aparelhos eletrônicos – como telefone celular, reprodutores de MP3, notebooks, palmtop e TVs de LCD e plasma – que costumam conter materiais poluentes, que não devem ser jogados no lixo comum. Um dos sócios-diretores da empresa, Gilson Piovezan Junior se diz entusiasmado com o desafio de fazer com que Santa Maria possa ter uma coleta desses produtos, que em muito colocam em risco a sustentabilidade da sociedade. “É chegado o momento de termos ganhos ambientais e reverter as perdas ao longo de anos em que não tivemos políticas públicas voltadas para essas questões que atingem a todos nós”, diz.
Para Piovezan, a busca por desenvolvimento sustentável tem de ser perseguido pelos gestores públicos. Ele lembra a trajetória da empresa genuinamente santa-mariense que iniciou as suas atividades ainda em 2004. “As pessoas parecem não ter noção da importância do que representa um telefone celular ou um computador solto e destinado de forma incorreta. São danos que perpassam apenas aquele momento e que repercutirão por gerações seguintes”, descreve. Os números do lixo eletrônico são difíceis de precisar, sejam eles em Santa Maria, no Estado ou no Brasil. “É tudo muito incipiente”, conta.
Construção civil – Apenas para dar uma noção do que é tratar o lixo de uma cidade com Santa Maria. Piovezan lembra que a empresa que também trata dos resíduos da construção civil recolhe por mês o dobro do peso do que corresponde ao lixo tradicional. Somente em Santa Maria, são recolhidos 1,3 mil metros cúbicos de resíduos da construção civil, o que corresponde a 20% deste tipo de lixo. “Mesmo com todo esforço, cerca de 80% (do lixo da construção civil) não é recolhido”, projeta. Desde 2004, a GR2 já coletou 45 mil toneladas de lixo da construção civil.
Destinação – O lixo eletrônico coletado em Santa Maria será destinado para São Paulo. De lá, poderá seguir para os Estados Unidos, Bélgica, México ou Cingapura. “Não há tecnologia no Estado para gerenciar esses materiais”, avalia. Aqueles que tiverem materiais eletrônicos poderão procurar a GR2, que fica na BR-158, nº 440. Outra maneira de ter aquele lixo indesejado recolhido é ligar para o número (55) 3028-6996, de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30, e aos sábados, somente pela manhã. Quem levar aquele aparelho eletrônico já descartado para a sede da empresa terá de pagar o valor de R$ 15,00. O cidadão que preferir que o lixo seja recolhido em casa, terá o custo avaliado. Os preços são de R$ 15,00 para monitores (tubo ou de LCD) e de R$ 1,00 o quilo para os eletrônicos restantes. “A tendência será baixar esses valores até zerar o custo”, projeta.
(A Razão, 16/12/2010)