O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, disse que seu país pode ter ficado sozinho entre outras nações ao se opor ao documento final da conferência sobre o clima em Cancún, mas está acompanhado dos movimentos sociais.
"Confiamos em que, mais cedo do que tarde, esse ponto de vista da sociedade civil será adotado pelos Estados", diz. "Somos um governo de movimentos sociais."
Em abril deste ano, o governo boliviano, que tem fortes vínculos com organizações indígenas, promoveu em Cochabamba a Conferência Mundial dos Povos sobre Mudanças Climáticas e Direitos da Mãe Terra.
Em passagem pelo Rio para lançar seu livro "A Potência Plebeia" (editora Boitempo), Linera, que tem formação em sociologia, criticou a "lógica de produzir e acumular" dos países industrializados, que "vão seguir causando danos ao ambiente".
Questionado se ficou surpreendido com O fato de a Bolívia ter perdido o apoio mesmo de países da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas), como Cuba e Venezuela, foi lacônico: "Isso nos chamou a atenção sim".
(Folha.com, 15/12/2010)