Você já foi à Coreia do Norte? Fez trilha no Afeganistão no ano passado? Teme não ter mais nada para conhecer? Não se preocupe. O turismo conta com uma nova fronteira: o palco do maior acidente nuclear da história. A partir de 2011, a fortemente contaminada área ao redor da usina de Chernobyl, na Ucrânia, será oficialmente aberta a visitantes interessados em paisagens pós-apocalípticas ou na era soviética – ou ambos.
O Ministério das Situações de Emergência do país do Leste Europeu anunciou ontem que serão oferecidos tours na "zona de exclusão" de 48 quilômetros de raio criada após a explosão do reator 4 da usina, em 26 de abril de 1986, que espalhou radiação por parte da Europa. O desastre matou um número até hoje indeterminado de pessoas – as estimativas de mortes por exposição à radiação variam de dezenas a milhares – e forçou 350 mil pessoas a abandonar seus lares para sempre.
Como a área permanece contaminada, rotas turísticas foram traçadas, conforme a porta-voz do ministério, Yulia Yershova, para incluir os principais pontos de interesse e evitar os locais mais perigosos. Vagar por conta própria não será encorajado, segundo a porta-voz. Hoje, já é possível visitar a zona de exclusão contratando os serviços de empresas particulares. O governo, no entanto, considera ilegal esses roteiros e diz que os turistas correm riscos.
(Zero Hora, 14/12/2010)