Nada menos que 97% do território do estado do Rio Grande do Norte estão suscetíveis à desertificação. A informação é de Josivan Cardoso Moreno, técnico da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). Ele foi responsável pelos estudos do programa de ação estadual de combate à desertificação e mitigagem dos efeitos da seca, apresentado ontem no auditório do Idema, juntamente com os programas de enfrentamento às mudanças climáticas (Proclima) e o programa de gestão integrada de resíduos sólidos do estado do RN. A 1ª Reunião Ampliada da Comissão Tripartite Estadual do Meio Ambiente visa a articulação institucional entre união, estado e municípios sobre a eficiência das políticas ambientais. Reportagem do Diário de Natal/Correio Braziliense.
De acordo com Josivan Cardoso, a aréa de aproximadamente 2 mil km² do nosso estado pertence ao núcleo de desertificação do Seridó. “A desertificação é uma degradação humana e natural que compromote a produtividade da terra e gera problemas sociais e econômicos” ressalta o técnico. Ao todo, 159 municípios do RN sofrem com esse processo e segundo ele, os estudos servem para combater, mitigar e adaptar essa realidade. No Brasil, o programa nacional de desertificação abrange toda a área do semiárido, além dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
A coordenadora e engenheira sanitarista dos estudos do plano de resíduos, Emília Margareth de Melo informa que já existe um diagnóstico no manejo dos resíduos sólidos, nos 167 municípios do estado. “Estudamos cinco regionalizações – ou grupos de municípios que pudessem gerar a economia de escala – para implantação de aterro sanitário ou saneamento básico” diz.
Entre as regiões estão Seridó, Vale do Açu, Alto Oeste, Mato Grande e Agreste. O governo federal irá financiar coleta de resíduos do Seridó e do Vale do Assu. Os dois juntos darão suporte a coleta de lixo de 50 municípios do RN. Os aterros serão instalados na cidade de Caicó e Assu. “Os investimentos fazem parte do plano de integração do rio São Francisco. Na região do Seridó, já está em processo licitatório desde junho desse ano. Já no Vale do Assu está em processo de licenciamento ambiental, aguardando apenas seis prefeituras se pronunciarem sobre o projeto” informa.
(EcoDebate, 13/12/2010)