Ações em caso de risco de novas mortandades no Rio dos Sinos e um novo acordo para enfrentar uma provável situação de seca no verão estarão na pauta do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos) hoje, a partir das 14 horas, na Câmara de Vereadores de Sapiranga.
A ideia é a aprovação de um manifesto que propõe ações práticas, como a melhoria dos canais de comunicação para detectar problemas na qualidade das águas da região. Assim como hoje há uma rede que imediatamente informa quando o nível do Rio dos Sinos está muito baixo, a ideia é que isso ocorra também com as análises de qualidade das águas.
Parcerias - A meta é envolver as empresas de abastecimento e convidar indústrias para que façam essa análise da água diariamente. Com isso, conforme o presidente Sílvio Klein, aumentariam as chances de se localizar a origem dos problemas – como a poluição, conforme mostra a foto feita pelo Ministério Público, em São Leopoldo – e desencadear ações antes que os peixes começassem a morrer.
Declarando guerra aos entulhos
O Comitesinos deverá oficializar um posicionamento no sentido de que problemas como depósitos clandestinos de lixo, ligações de esgoto em redes pluviais e despejo de cargas químicas em arroios não podem ser tolerados e, por isso, a fiscalização deve ser intensificada. No entanto, a ideia é ressaltar também ações positivas, com a mobilização da comunidade e recuperação de áreas de vegetação ribeirinhas. O encontro também abordará a proposta de criação de um grupo de trabalho para revisão do enquadramento legal das águas da Bacia do Sinos. Além de ser um instrumento do gerenciamento hídrico da região, essa revisão é condição para que a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) volte a licenciar, na Bacia do Sinos, novos empreendimentos com médio ou grande potencial poluidor.
Acordo com arrozeiros deve ser refoçado
Contra uma provável estiagem, o Comitê de Bacia pretende reforçar o acordo debatido na última reunião do grupo, em Estância Velha, entre representantes das categorias de abastecimento público e produção rural. Ou seja, valerá a regra de que, caso o nível do Sinos baixe para a marca dos 70 centímetros na estação da Corsan em Campo Bom, 60 centímetros na estação de Novo Hamburgo, ou 50 centímetros na estação do Semae em São Leopoldo, se desligue as bombas de irrigação nas lavouras da parte alta da Bacia do Sinos.
Isso é praticamente a mesma regra que valeu para as secas de 2005 e 2008. Com o diferencial de que agora se acende luz amarela caso o nível chegue aos 70 centímetros em São Leopoldo.
De olho
Integrantes do Comitê Intermunicipal Legislativo de Acompanhamento das Ações do Pró-Sinos reuniram-se ontem na Câmara de Vereadores de Esteio, liderados pelo presidente do comitê, Nestor Schwertner. "Precisamos de um trabalho conjunto que contemple toda a bacia, com base em experiências feitas em outras regiões e Estados.’’ A reunião encerrou as ações de 2010.
Resultados das análises
Amanhã, às 13h30, na sede da entidade, os prefeitos que compõem o Pró-Sinos reúnem-se para apresentar os resultados de análises das águas e dos peixes que foram solicitadas. O prefeito Ary Vanazzi, presidente do Pró-Sinos, também irá falar sobre as ações dos municípios da região para melhorar as condições ambientais do rio.
(Ministério Público, Jornal VS, 10/12/2010)