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vulnerabilidade a desastres
2010-12-10

O Instituto Geológico (IG), da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, mapeará as áreas de risco de desastres naturais, como escorregamentos de encostas e inundações, de mais nove municípios paulistas.

Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, 65 tiveram suas áreas de risco de desastres naturais mapeadas desde 2004. O anúncio foi feito na quarta-feira (8/12) pelo diretor do IG, Ricardo Vedovello, durante o 2º Seminário Estratégias para Redução de Desastres Naturais no Estado de São Paulo.

“Não temos como mapear todos os municípios de São Paulo de uma única vez devido à grande demanda e pela limitação de pessoal e de recursos”, disse Vedovello.

Desses 65 municípios, que apresentam riscos mais críticos de escorregamentos de encostas e inundações, entre outros problemas, os pesquisadores do IG foram responsáveis por mapear 31. E até o início de 2011, por solicitação da Defesa Civil do Estado de São Paulo, mapearão São José do Rio Preto, Mirassol e sete cidades no Vale do Paraíba: Tremembé, Aparecida, Taubaté, Pindamonhangaba, Roseira, Caçapava e Redenção.

Segundo Jair Santoro, geólogo e pesquisador do IG, esses sete municípios foram escolhidos em função da série de deslizamentos e inundações que ocorreram em outras cidades da região no início de 2010, como São Luiz do Paraitinga, Cunha e Guararema, e que causaram grandes danos.

“Temos conhecimento das áreas mais problemáticas no Estado de São Paulo e percebemos que houve um incremento do número de eventos nessa região”, disse Santoro à Agência FAPESP.

Os municípios paulistas apresentam diferentes riscos de acidentes e desastres naturais, de acordo com suas características geológicas e de relevo. As cidades da região oeste do estado, como Mirassol e São José do Rio Preto, por exemplo, são mais suscetíveis à erosão.

Já os municípios da região leste, como os do Vale do Paraíba, estão mais expostos aos riscos de escorregamento de encostas e inundações, por estarem localizados entre serras. Por sua vez, os municípios do Litoral Sul, por receberem mais chuvas do tipo frontal, que podem ser muito intensas e de longa duração, são os mais atingidos por enchentes e inundações.

“À exceção de Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá, que são mais afetadas por escorregamentos de encosta, as outras cidades da região sofrem mais com as inundações”, disse Santoro.

Vulnerabilidade climática
As mudanças climáticas e a construção dos novos empreendimentos voltados para a exploração do pré-sal que estão sendo anunciados devem tornar as cidades litorâneras ainda mais vulneráveis a desastres naturais, alertam os cientistas.

“Por suas próprias características ecológicas, as cidades do litoral de São Paulo já são muito vulneráveis a qualquer tipo de alteração climática. Com esses novos empreendimentos, essas vulnerabilidades deverão ser ainda mais acentuadas”, disse Lúcia da Costa Ferreira, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no simpósio em São Paulo.

Para identificar as vulnerabilidades apresentadas pelas cidades situadas em todo o litoral de São Paulo (de Cananeia, no litoral sul, à Ubatuba, no norte) em relação aos possíveis impactos climáticos e identificar quais as adaptações que terão que promover para enfrentá-las, um grupo de pesquisadores, coordenado por Lúcia, iniciou em 2009 o Projeto Temático “Crescimento populacional, vulnerabilidade e adaptação: dimensões sociais e ecológicas das mudanças climáticas no litoral de São Paulo”, apoiado pela FAPESP.

Na primeira fase do projeto, que está sendo concluída, os pesquisadores identificaram e caracterizaram os principais atores envolvidos na discussão sobre os impactos das mudanças climáticas e as experiências de políticas públicas relacionadas ao tema existentes nas cidades litorâneas. Na segunda fase, que será iniciada em 2011, serão analisados os dados coletados.
 
(Por Elton Alisson, Agência FAPESP, 10/12/2010)


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