As populações de borboletas em campos de toda a Europa estão em declínio, indicando uma perda catastrófica de prados floridos em muitos países do continente.
Dezessete espécies de borboletas encontradas amplamente na Europa, incluindo a Adonis azul e a Lulworth skipper, caíram mais de 70% nos últimos 20 anos, segundo um novo estudo da Butterfly Conservation Europe.
A diminuição drástica do número de borboletas indica uma maior perda da biodiversidade. Muitos outros insetos, como abelhas, moscas-das-flores, aranhas e traças, além de plantas e aves, também vêm desaparecendo junto com a perda das paisagens tradicionais. Reportagem em The Guardian.
A borboleta é uma das espécies com melhor monitoramento de vida selvagem na Europa. A entidade luta para que o inseto seja adotado como indicador agrícola na próxima reforma da Política de Agricultura Comum da UE (CAP, na sigla em inglês), em 2013.
Martin Warren, diretor executivo da Butterfly Conservation (Reino Unido), disse que os dados de 3 mil áreas em 15 países mostraram uma necessidade urgente de financiamento da UE para apoiar o crescimento da agricultura sustentável.
Muitos dos 4,5 milhões de fazendeiros da Romênia, por exemplo, cultivam sob métodos ecologicamente corretos, mas são pequenos demais para se enquadrarem nos pagamentos da CAP.
“Essas pessoas praticam provavalmente a agricultura mais sustentável do mundo, mas não recebem nenhuma ajuda por isso, enquanto que se eles arassem suas terras e as intensificassem, receberiam grandes aportes da UE”, afirma Warren. “Nós precisamos do financiamento da União Europeia para ajudar políticas sócio-econômicas em áreas rurais e para manter oa agricultores no campo.”
Os campos europeus ricos em flores, originados por regiões de feno e pasto para o gado por séculos de ocupação humana, estão sendo abandonados, desgastados ou arados por agricultura intensiva, especialmente na Europa Oriental e regiões montanhosas.
Em áreas como as montanhas dos Picos, na Espanha, os agricultores mais tradicionais têm uma média de 80 anos. Seus prados de feno e seus negócios no comércio de leite e queijo estão sendo abandonados pelas gerações mais jovens, por não serem mais rentáveis.
(The Guardian, Estadão.com.br., EcoDebate, 10/12/2010)