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mídia e sustentabilidade imprensa e meio ambiente
2010-12-08 | Tatianaf

A Mídia Ambiental tem exercido um importante papel social na democratização da informação socioambiental no Brasil, contribuindo para o fortalecimento da consciência e cidadania socioambiental e possibilitando que a sociedade possa fazer escolhas melhores entre diferentes modelos de desenvolvimento rumo à sustentabilidade. A diversidade de veículos se deve ao fato do segmento da opinião pública no Brasil, interessado em informações socioambientais, não ser homogêneo, mas se divide em função de seus interesses.

Em função disso, a grosso modo, a Mídia Ambiental se divide em três grandes grupos: a) publicações técnico-científicas com ênfase em tecnologias e gestão ambiental voltadas para técnicos e operadores do meio ambiente; b) publicações sobre sustentabilidade com ênfase em meio ambiente empresarial, voltada para empresários e gestores ambientais; c) publicações sobre meio ambiente em geral com ênfase em educação e cidadania socioambiental, voltadas para um público mais diversificado. Algumas, ainda, possuem maior ênfase em ecoturismo, educação ambiental, ecologia política, etc.

Para conhecer bem as mídias ambientais e saber como ter sucesso na divulgação de informações, artigos, releases, é preciso conhecer seus editores, pois dependendo da história de cada um, a sugestão de pauta poderá ser aproveitada ou descartada. Por exemplo, se a origem está no ambientalismo a tendência será valorizar notícias e opiniões com maior ênfase em terceiro setor e cidadania socioambiental.

Do ponto de vista da sustentação econômica, a Mídia Ambiental depende de anunciantes e nenhum veículo consegue se sustentar ou com venda em banca ou com assinaturas. Os anunciantes costumam escolher os veículos de acordo com o conteúdo. Assim, as empresas da área ambiental, que fabricam produtos e tecnologias e prestam serviço na área ambiental, costumam anunciar mais nas publicações com ênfase técnico-científica voltada para a indústria.

As empresas não ambientais, com programas de responsabilidade social, costumam anunciar nas publicações de conteúdo empresarial e sobre sustentabilidade. Empresas ligadas ao Governo Federal e algumas grandes no setor privado costumam anunciar nas publicações de conteúdo de ecologia política e cidadã que possuem pauta mais diversificada.

O mercado da publicidade é sazonal e sujeito a períodos de grande calmaria. A fim de assegurar um fluxo de caixa, os editores de mídia ambiental acabam tendo de complementar as atividades com outros produtos associados ao veículo de comunicação, assumindo tarefas de assessoria de imprensa, produção de conteúdo especializado, organização de feiras e eventos, edição de livros e relatórios de sustentabilidade, etc., o que por um lado pode sobrecarregar a equipe de produção do veículo de comunicação, mas por outro, com a entrada de novos recursos, também pode significar a possibilidade de manter uma equipe permanente de profissionais para dividir as tarefas. Algumas mídias acabam tendo de recorrer a soluções domésticas, treinando e contratando os próprios familiares como maneira de suportar os períodos de vacas magras.

*Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor, com cerca de vinte livros publicados, destacando-se “O Desafio do Mar”, “É possível ser feliz”, “O desafio de escolher”, entre outros. Vilmar é também jornalista, em 1966 fundou a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental e a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente) e o Portal do Meio Ambiente (http://www.portaldomeioambiente.org.br/). Como ambientealista, fundou a UNIVERDE e os Defensores da Terra, duas organizações da sociedade civil sem fins lucratiuvos dedicadas à defesa do meio ambiente. Em 1999, recebeu no Japão o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas – http://www.escritorvilmarberna.com.br/

(Envolverde, 07/12/2010)


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