Pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta terça-feira (7) durante a 16ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-16) aponta o desmatamento como principal preocupação do brasileiro relacionada ao meio ambiente. No levantamento, 44% dos entrevistados citaram o desmatamento como preocupação ambiental - mais de uma preocupação podia ser citada. Em seguida aparecem a poluição da água, citada por 32%, o aquecimento global (26%), o tratamento do lixo e a poluição do ar, empatados com 22% das citações.

A pesquisa foi feita entre os dias 25 e 27 de setembro, portanto antes do anúncio do governo brasileiro, na última semana, de que a taxa de desmatamento no País, no período de agosto de 2009 a julho de 2010, foi a menor registrada desde 1988. No total, 3.010 pessoas foram entrevistadas.

A pesquisa também mostra que 11% não têm nenhuma preocupação especial relacionada ao tema; 9% não souberam responder. A produção de energia nuclear, as queimadas e os alimentos transgênicos foram citados por apenas 2% dos entrevistados.

Culpados
Também foi apresentada uma lista de possíveis responsáveis pela poluição ambiental e o resultado mostrou que não há consenso sobre "culpados". Para 20% dos entrevistados, o lixo e o esgoto das residências têm maior impacto na poluição. Logo atrás, no entanto, com 19% das citações, aparece a fumaça e emissão de gases por veículos.

A emissão de fumaça e resíduos pelas indústrias foi apontada por 18% das pessoas e o desmatamento apareceu com 16% das citações, à frente das queimadas, com 13%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.

Outros 6% acreditam que todos os fatores têm influência negativa sobre o clima. 3% citaram o uso de agrotóxicos e 5% não responderam.

Ambiente X economia
Quase metade (47%) dos entrevistados não vê incompatibilidade entre crescimento econômico e proteção ao meio ambiente. Para 30%, a proteção ambiental vem em primeiro lugar, mesmo com prejuízos à economia. Por outro lado, 11% acham que a questão ambiental não deve prejudicar o crescimento econômico. No total, 13% não responderam a questão.

(Por Claudia Andrade, Terra, 08/12/2010)