O Brasil advertiu que a negativa do Japão em empreender um segundo período de compromissos do Protocolo de Kyoto coloca em perigo o êxito da COP-16.
"O Japão tem uma posição firme e é algo que pode ter um impacto negativo sobre todo o programa", afirmou em entrevista à imprensa o embaixador Sérgio Serra, da delegação de negociadores brasileira.
Brasil e Reino Unido receberam no domingo a incumbência da presidência da cúpula para tentar desbloquear as negociações para renovar o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012.
Serra disse que brasileiros e britânicos se reuniram com os representantes japoneses para tentar encontrar uma fórmula que permita solucionar um dos principais empecilhos nas negociações, que serão finalizadas no dia 10.
O negociador brasileiro indicou que em Cancún se tenta chegar a um acordo para iniciar um segundo período de compromissos, mas os números exatos sobre as novas reduções de emissões seriam decididos mais adiante.
O Brasil apoia uma segunda fase do tratado, no qual se estabeleçam metas de redução de emissões entre 25% e 40% com relação aos níveis de emissões de 1990, como recomenda o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês).
A renovação do Protocolo de Kyoto é um dos pontos "inegociáveis" postos nesta segunda-feira sobre a mesa por Brasil, Índia, China e África do Sul, os quatro países emergentes do bloco conhecido como Basic.
(Efe, Folha.com, 07/12/2010)