Nesta sexta, dia 6 de dezembro, na Conferência sobre o Clima das Nações Unidas (COP-16), foi lançado mundialmente o Projeto Biomas. A iniciativa, inédita no país, foi concebida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A proposta visa que o Brasil supere o desafio de aumentar sua produção de alimentos com baixo custo e alta qualidade, preservando seu enorme patrimônio ambiental.
Desse modo, ao longo de nove anos serão promovidos pesquisa e compartilhamento de informações nos seis biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa), tendo como objetivo conciliar a produção rural e a preservação ambiental. A iniciativa exige a articulação entre cerca de 200 pesquisadores em todo o país. Além disso, cooperativas, empresas estaduais e municipais de assistência técnica rural, de meio ambiente e de pesquisa agrícola podem atuar como importantes multiplicadoras.
O Projeto Biomas conta com o aporte inicial de R$ 20 milhões, tendo a utilização da árvore na atividade rural como eixo dos projetos de pesquisa. As florestas devem servir como alternativa para diversificação dos sistemas produtivos na propriedade rural e na composição das áreas de proteção permanente e seus entornos, representados pela reserva legal e área de uso alternativo.
Serão demarcadas e estudadas várias unidades demonstrativas do projeto, que vão atuar como showrooms de técnicas de produção sustentável. Assim, o produtor rural brasileiro poderá escolher o melhor para a sua propriedade a partir de exemplos colocados em prática.
Segundo o coordenador das ações do Projeto Biomas na Mata Atlântica, Luciano de Oliveira Toledo, o projeto é revolucionário ao permitir a convivência entre produção e preservação do meio ambiente. Para o cientista, a iniciativa estará totalmente implantada em nove anos.
– Por volta de 2019, a estrutura da floresta plantada agora já estará produzindo os efeitos desejados. Já conseguiremos ter repostas conclusivas para o que estamos buscando – afirma.
Ainda segundo o cientista, a importância do projeto também se dá pela possibilidade de aplicação em outras regiões do mundo.
– Esta é a tecnologia mais viável do ponto de vista científico para solucionar sérios problemas de degradação ambiental no meio rural brasileiro, com a vantagem de ser totalmente replicável em qualquer outro país, independentemente de terem biomas semelhantes. Trata-se de um projeto único no mundo – finaliza.
(EMBRAPA / Cana Rural, 07/12/2010)