A FEPAM acompanha e busca identificar as causas da mortandade de peixes que vem ocorrendo no Rio dos Sinos desde a última quarta-feira, 01, quando grandes quantidades de peixes mortos ou agonizantes começaram a ser visualizados no trecho do rio entre os municípios de Parobé e Sapiranga. Os peixes agonizantes se mostram junto à superfície da água com movimentos lentos na busca de oxigênio atmosférico. Este comportamento indica a falta de oxigênio dissolvido na água, o que com certeza em parte é resultante do processo decomposição da matéria orgânica oriundo dos esgotos domésticos, não estando descartadas contribuições de produtos químicos que causem a redução de oxigênio.

Na busca de uma avaliação mais aprofundada deste evento, que já atingiu uma grande extensão do rio (cerca de 70 km ), a FEPAM coletou amostras de água e de peixes que estão sendo analisadas pelo laboratório da Instituição e em laboratórios contratados, para verificação de parâmetros físico-químicos, índices de toxicidade, presença de metais pesados e substâncias químicas (excluindo a matéria orgânica) que possam causar a redução das taxas de oxigênio dissolvido.

Dentre as medidas estão também a intensificação do monitoramento das águas do Rio dos Sinos pela FEPAM e o cruzamento dos monitoramentos anteriores e atuais realizados por diversos órgãos públicos. É importante destacar que a FEPAM também deve cruzar outras informações técnicas que incluem: o comportamento do recurso hídrico, as vistorias nas atividades potencialmente poluidoras localizadas no perímetro da bacia hidrográfica, as condições climáticas e o uso agrícola intensivo no entorno.

A FEPAM já possui dados atualizados, obtidos junto à Companhia de Pesquisa - CPRM, que indicam que a vazão do Rio dos Sinos vem apresentando redução significativa desde meados de outubro, chegando a atingir valor inferior a 20 m³/seg., quando a média esperada, em condições normais, é superior a 80 m³/seg.

Outra medida que poderá ser adotada pela FEPAM se refere à retomada da determinação estabelecida pela Instituição em 2006, quando da mortandade de peixes ocorrida naquele ano, para que as empresas localizadas na região da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos reduzam o lançamento de seus efluentes líquidos em 30% da sua vazão licenciada, sempre que o rio atingir uma vazão crítica.  Cabe salientar que a FEPAM realiza o acompanhamento das atividades industriais potencialmente poluidoras, através do sistema de auto-monitoramento (SISAUTO) e vistorias periódicas. Neste ano, foram efetuadas 240 vistorias em indústrias, situadas nas bacias dos rios dos Sinos e Gravataí, com emissão de mais de 70 autos de infração.

(Fepam, 08/12/2010)