O Brasil foi o país que mais pontuou no ranking de performance sobre mudanças climáticas elaborado pelas redes Climate Action Network e Germanwatch. O ranking "Índice de Performance em Mudança Climática 2011" foi elaborado por 190 especialistas e avaliou o setor de energia de 57 países, que juntos respondem por 90% das emissões de CO2.
No estudo foram consideradas a quantidade de CO2 por unidade de energia, o nível de emissões e políticas nacionais adotadas internamente. O Brasil ocupou a 4ª posição no ranking, mas foi o que mais obteve pontos (70,5), já que entre as nações analisadas nenhuma acumulou pontos suficientes para ocupar os três primeiros lugares. Seguido por Suécia e Noruega, o Brasil foi considerado "líder relativo" em performance sobre mudanças climáticas. O estudo ressalva, no entanto, que nenhum país está fazendo o suficiente para prevenir impactos climáticos perigosos.
O diretor de Política Climática do Greenpeace Internacional, Wendel Trio, reconheceu os esforços que o Brasil tem feito para reduzir suas emissões.
- Temos visto mais ação por grupos locais e temos visto progresso em alguns países. O Brasil divulgou recentemente suas taxas de desmatamento e fica claro que o país tem feito um progresso relevante em reduzir emissões por desflorestamento - disse, citando que a China também tem feito um progresso incremental, embora tenha ficado 56º lugar no ranking de performance climática divulgado nesta segunda-feira em Cancún, durante a 16ª Conferência Climática da ONU (COP-16).
Na semana passada, o negociador-chefe do Brasil, embaixador Luiz Figueiredo, divulgou em Cancún os dados do desmatamento identificado na Amazônia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre agosto de 2009 e julho de 2010. No período, foram destruídos 6.451 km2 de vegetação nativa, a menor taxa já registrada pelos satélites brasileiros desde que as medições começaram, em 1988.
(O Globo, 07/12/2010)