O promotor regional de Defesa do Meio Ambiente, Daniel Martini, a delegada de Proteção do Meio Ambiente, Elisangela Melo Reghelin, e o biólogo Jackson Müller, realizaram, na manhã desta segunda-feira, 6, um sobrevoo sobre a região do rio dos Sinos. O objetivo da equipe que está atuando na investigação sobre a recente mortandade de peixes foi verificar a situação do rio e buscar novos indícios sobe a causa do problema.
As imagens que foram obtidas do alto revelam a gravidade da situação em que se encontra o rio dos Sinos. “É emergencial a necessidade de medidas que reduzam o despejo de cargas poluidoras nas águas, porque o que se vê é alarmante”, diz o promotor regional de Defesa do Meio Ambiente. De acordo com Daniel Martini, a água muito escura dos arroios que desembocam nos Sinos indicam a presença de uma grande quantidade de massa orgânica na água. “Isso reforça a hipótese de que a morte dos peixes, causada pela falta de oxigênio, se deve ao despejo de grandes quantidades de esgoto na água”. Mas o Promotor salienta que ainda não está descartada a hipótese de despejo de efluentes industriais. Uma reunião também foi marcada para o dia 15 de dezembro com prefeituras e companhias de saneamento da bacia do Sinos para debater medidas emergenciais de saneamento.
Segundo o Promotor, os arroios que apresentam situação mais grave são Pampa, Gauchinho e Luiz Rau, em Novo Hamburgo; João Corrêa, em São Leopoldo, e a drenagem do bairro Mathias Velho, em Canoas.
Diante do problema, uma nova reunião de emergência foi marcada para esta terça-feira, 7, que será realizada na sede do Ministério Público (avenida Aureliano de Figueiredo Pinto), às 9h. Foram convocados a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), o Comando Ambiental da Brigada Militar e a Delegacia de Proteção do Meio Ambiente (Dema). Conforme Daniel Martini, o objetivo é definir estratégias para intensificar a fiscalização sobre o despejo de efluentes no rio dos Sinos.
Além de diversos pontos do rio, peixes mortos também foram encontrados em Porto Alegre. “Acredita-se que o vento sul represou o rio e, com isso, toda a massa de carga orgância, impedindo que ela se diluísse e causando a morte de mais peixes pela falta de oxigênio”, explica Daniel Martini.
(Por Natália Pianegonda, MP-RS, 07/12/2010)