A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) firmou pacto setorial com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) para reduzir em 30% as sacolas plásticas nas lojas de todo o País até 2013 e 40% até 2014. No Estado, o primeiro passo neste sentido foi tomado em 2007, mas até o momento poucos estabelecimentos se conscientizaram da importância da medida.
Na ocasião, foi estabelecido que as lojas comerciais e redes de supermercados substituíssem as sacolas de plástico tradicionais pelas biodegradáveis, feitas de material absorvido pela natureza em menos tempo, 18 meses.
De lá pra cá já é possível identificar mudanças de atitudes em restaurantes,
padarias e em alguns supermercados. Muitos utilizam as chamadas sacolas biodegradáveis, enquanto outros, optaram por cobrar pela venda de sacolas plásticas, levando o consumidor a buscar meios mais sustentáveis para levar suas compras embora. Ainda assim, a meta estipulada pelo governo federal ainda está longe de ser atingida.
A meta proposta pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) faz parte do Plano Abras de Ação Sustentável – 2011, que dedica um capítulo especial às ações de redução do consumo de sacolas plásticas.
De 2007 a 2009, dados da indústria do plástico mostram redução de 30%, mas, para alcançar a meta, a Abras irá elaborar um manual de ações de boas práticas nos pontos de venda para conscientizar funcionários e consumidores dos benefícios da redução das sacolas plásticas; produzirá uma campanha publicitária aberta à adesão voluntária de todas as redes de varejo; fará pesquisa para acompanhar a redução da distribuição de sacolas nos pontos de venda das empresas; premiará os casos de sucesso de redução do consumo de sacolas; e divulgará boas práticas do uso de sacolas plásticas em todos os Estados, por meio dos cursos de operador de caixa e de empacotador da Escola Nacional de Supermercados.
A iniciativa da Abras segue as diretrizes do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) do MMA, que estava em consulta pública até 30 de novembro para receber comentários e sugestões da sociedade.
Uma recente pesquisa divulgada pelo órgão, “Sustentabilidade: Aqui e Agora” , aponta que 60% dos brasileiros aprovariam uma lei que proibisse a distribuição gratuita das sacolinhas, 69% adotariam outro tipo de saco ou sacola para carregar suas compras e 47% voltariam a usar latas, lixeiras e latões para acondicionar seu lixo.
O maior obstáculo para a adesão à medida, apontam os ambientalistas, é estimular a mudança de atitude do brasileiro e a educação ambiental dos comerciantes.
Segundo a nº8745/2007, todos os estabelecimentos comerciais do Estado deveriam utilizar embalagens plásticas biodegradáveis. Entretanto, desde 2007, quando a lei, da deputada Luzia Toledo, foi aprovada, a medida não é adotada por grande parte dos estabelecimentos comerciais do Estado.
Pela lei, desde o último dia 12 de dezembro de 2008 o comércio capixaba não pode mais oferecer as tradicionais sacolas plásticas aos consumidores. Foi nesta data acabou o prazo de um ano para que os comerciantes se adaptassem à lei que dispõe sobre o uso de sacolas biodegradáveis.
Segundo a lei, quem infringir a norma deveria ser multado em três mil Valores de Referência do Tesouro Estadual (VRTEs), cerca de R$ 5.400,00.
Sacolas biodegradávei
A diferença dessas embalagens em relação ao produto convencional está no acréscimo de um aditivo, o D2W, que acelera o processo de absorção pelo meio ambiente. A adoção desse material é justificada pela diminuição do tempo em que a embalagem começa a se decompor: cerca de 18 meses, enquanto o plástico comum pode durar até 200 anos. Atualmente, existem aproximadamente 180 empresas nacionais que já produzem embalagens 100% biodegradáveis a partir do D2w.
O plástico biodegradável possui as mesmas características do material comum, só que é “inteligente”, segundo especialistas. Isso porque seu processo de degradação é acelerado e seus resíduos ainda servem como alimento de microorganismos. O preço, segundo eles, comparado a outras tecnologias aplicadas, também é vantajoso.
As sacolas biodegradáveis se degradam por oxidação acelerada à luz e ao calor.
Consumidor, colaborador passivo da poluição
Estima-se atualmente que um milhão de sacos plásticos circulem em todo o mundo a cada minuto. Os estragos causados pelo despejo indiscriminado de plásticos na natureza tornam o consumidor um colaborador passivo da degradação ambiental.
Quando lançadas no meio ambiente, as sacolas plásticas impedem ainda a passagem de água, retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis e dificultando a compactação dos detritos.
Apesar do baixo custo individual, os sacos e sacolas plásticas têm representado alto custo ao meio ambiente.
(Por Flavia Bernardes, Século Diário, 06/12/2010)