O reitor da Universidade Agostinho Neto (UAN), Orlando da Mata, alertou nesta quinta-feira, em Luanda, que a caça furtiva e falta de fiscalização eficaz nos parques e reservas naturais do país tendem a diminuir a espécie da Palanca Negra Gigante e destruir o seu habitat natural.
O académico fez esse alerta quando discursava na abertura do workshop sobre Implementação do Projecto de Conservação da Palanca Negra Gigante, tendo referido que durante o período de guerra em Angola as áreas protegidas, incluindo o habitat da Palanca sofreram também as suas consequências, fazendo diminuir ainda mais aquela espécie animal.
Para reverter o quadro, defendeu a implementação do projecto de conservação da Palanca Negra, cujo principal objectivo é continuar a
localizar aquele antílope no Parque Nacional da Cangandala e na Reserva Natural Integral do Luando, garantido a preservação da espécie.
"Uma vez localizado um número considerável de palancas, pretende-se providenciar uma grande área de conservação, para permitir a sua expansão em todas as zonas do parque. O programa deverá beneficiar também a preservação da restante biodiversidade da região", realçou.
O reitor advogou a necessidade de se envolver a comunidade no projecto, através da elaboração e implementação de programas de educação ambiental, para que as pessoas da região participem directamente na gestão e protecção da palanca e de toda a biodiversidade.
Segundo Orlando da Mata, deve-se identificar as necessidades das comunidades locais e estabelecer a relação que mantêm com a palanca negra, para ajudarem o esforço das autoridades na preservação da espécie.
"Assim, esse projecto irá lançar as bases para assegurar a protecção da palanca nas suas áreas de origem de forma sustentável e integrando a população local", disse.
Para a concretização do plano, sublinhou, devem ser criados programas de investigação científica, nos quais as instituições de ensino superior e de pesquisas devem contribuir de forma integrada e profícua.
Recordou que o Projecto de Conservação da Palanca Negra enquadra-se no âmbito da implementação da Estratégia e Plano de Acção Nacionais para a Biodiversidade, aprovado pelo Conselho de Ministros, em 2006.
A palanca negra Gingante tem distribuição limitada à província de Malanje, no Parque Nacional da Cangandala e Reserva Natural Integral do Luando, sendo um dos mais belos antílopes no mundo.
Devido a sua raridade, a Palanca foi incluída na lista de espécies sob protecção (classe A), pela Convenção para a Protecção da Fauna e Flora Africana, em 1933.
Participam do evento, realizado numas das unidades hoteleiras da capital do país, representantes de instituições do Executivo, oficias superiores das Forças Armadas Angolanas (FAA), professores universitários, estudantes, investigadores, entre outras individualidades ligadas a programas de protecção e conservação da palanca.
(Portal Angop, 03/12/2010)